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quarta-feira, 28 de agosto de 2019

"O Assassinato de Roger Ackroyd" de Agatha Christie


Voltei após muitas década a um policial de Agatha Christie, com uma obra que não devo ter lido antes "O Assassinato de Roger Ackroyd".
Numa pequena aldeia o médico Sheppard, narrador da história, depara-se com o suicídio de uma doente sua e confidente de Roger Ackroyd, este também amigo do doutor. Ela enviara uma carta a Roger a contar que estava a ser chantageada por alguém próximo, após o jantar ele começa a ler perante o clínico. Este pouco depois regressa a casa e recebe um telefonema do assassinato do amigo, e descobre que nenhum dos pernoitara com o morto se apercebera do crime, que estava fechado no seu escritório. Porque telefonaram a Sheppard  do exterior?
Os indícios apontam para o enteado da vítima, ausente mas que esteve na área no período da homicídio, ou talvez um estranho que visitou o prédio, mas poderá ser qualquer um dos hóspedes da casa: cunhada, sobrinha, mordomo, governanta, secretário particular, um militar amigo e até uma criada. A polícia está determinada a provar a culpa do enteado mas a sobrinha pede ao médico para este interceder para que o seu vizinho reformado ajude o resolver este caso para não se cometer um erro, só então Sheppard descobre que ao lado vive o famoso Hercule Poirot. Este aceita, coloca o médico como seu ajudante neste processo sem esquecer a irmã deste, uma mulher curiosa e perspicaz pronta a palpitar.
Este romance talvez tenha uma das tramas e solução mais elaboradas das muitas obras de Christie, escrito escorreita, mas sem nenhum destaque estilístico em termos literário, vale pelo enredo e interesse num crescendo ao longo do livro até ao surpreendente final que até a mim me apanhou desprevenido após sentir que dominava as regras das intrigas imaginados por esta autora.
Um policial que mostra o expoente alto da genialidade da autora em criar romances deste género. Gostei e é uma leitura cheia de emoção e prazer lúdico.

8 comentários:

Pedrita disse...

eu adoro desanuviar com livros policiais e tenho um afeto especial a agatha christie responsável pela minha paixão a leitura. na infância descobri seus livros e me impulsionou a ler vários outros. adoro esse. beijos, pedrita

Carlos Faria disse...

São de facto brilhantes intrigas que despertam interesse e desanuviam, é verdade que deixam poucas marcas mas distraem no momento com prazer.

charlles campos disse...

Realmente uma obra prima. E o final pega todo mundo de surpresa.

Carlos Faria disse...

Eu que me julgava a dominar a técnica de Christie cai nem um patinho

Joaquim Ramos disse...

Tenho 2 livros na estante da Agatha Christie para ler: este e As Dez Figuras Negras (também publicado na Vampiro sob o título Convite Para a Morte) considerado pela crítica especializada como a sua melhor obra. Acontece comigo uma coisa digna de Freud; resisto a lê-los para ter a satisfação de saber que ainda me restam 2 Agatha Christie para ler, dos melhores, porque os outros já estão quase todos lidos. Isto é como comprar um fato novo e só vestir os antigos.
E agora já pode meter mãos à obra ao terceiro Coelho. Eu cá continuo deliciado com Ivo Andric.

Carlos Faria disse...

Estive com essas dez figuras, mas vendo a sinopse, como a compra destes policiais tem como destinatária primeira minha mãe de 84 anos, achei que o tipo suspense não seria muito bom para o sono dela e optei por outros, pois comprei vários livros destes género.
Tenho alguns livros que comprei para um dia ler e acontece pensar que já tenho poucos de reserva para os próximos dias que tenho de comprar em breve e aqueles continuam em espera.
Esse Andric de facto é um monumento literário e histórico.

João Santana Pinto disse...

Sou "fácil" na leitura, dependendo do estado de espírito, após um longo dia gosto de leituras descontraídas.
Por outro lado, textos escritos numa época anterior representam sempre a oportunidade de "viver" momentos ou melhor, visualizar outras maneiras de estar.

Bom Domingo

Carlos Faria disse...

Concordo que livros de outras épocas são se facto janelas para o pensamento e modos de vida de então.