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sábado, 1 de fevereiro de 2014

O Complexo de Portnoy - Um livro que deixei a meio


Já há muitos anos que não deixo qualquer livro de literatura a meio, por vezes é uma prova de resistência e de princípio concluir a obra... mas confesso que de "O Complexo de Portnoy" de Philip Roth já chega, mesmo tendo chegado um pouco além de meio do romance.
Saturei-me dos desabafos, dos fetiches e dos sentimentos de culpa da vida sexual de Alexander Portnoy desde criança, passando pela adolescência e até à vida adulta no banco do psiquiatra em resultado da pressão da sua educação judaica em classe média baixa, perante uns pais conservadores e a sua inteligência ateia e egoísta. Tudo isto numa linguagem grosseira e de luxúria que anseia as mulheres gentias (goyiche) americanas tratadas apenas como objetos de desejo.
Não sei como acabaria a obra... mas de sacrifício por ler este complexado amoral já me bastou.


11 comentários:

Pedrita disse...

tb não gostei muito desse livro, achei muito datado. deve ter sido muito importante, daí os elogios, na época que foi lançado, deve ter sido desbravador na época. mas passou do tempo. o meu texto sobre esse livro está aqui http://mataharie007.blogspot.com.br/2009/05/complexo-de-portnoy.html beijos, pedrita

Carlos Faria disse...

Li o seu artigo de então, e concordo que o livro pode ter sido revolucionário quando foi publicado na sua época, mas presentemente não me diz nada e os tabus então quebrados hoje soam-me a mau gosto.

Pedrita disse...

carlos, exatamente, hj há uma banalização da sexualidade.

Os Incansáveis disse...

Eu já li 2 livros de Philip Roth e confesso que esse autor não me agrada nem um pouco.
Denise

Carlos Faria disse...

Eu pelo menos não vou tentar nos próximos tempos... embora já me tenham dado exemplos de 2 ou 3 obras interessantes. Por agora não arrisco.

Unknown disse...

Eu gostei do livro. Vi nele, talvez com algum exagero, algumas parcelas da vida dos judeus americanos, vitimas de perseguições e segregação mas também vítimas deles próprios, de um conservadorismo exagerado, castrador.
Por outro lado gostei do humor.
Mas devo dizer que compreendo a tua perspetiva. Acrdito que haja aqui alguns exageros...

Carlos Faria disse...

Pois... e os gostos pessoais e hábitos também às vezes interferem com a tolerância destes exageros

João Oliveira disse...

Eu gostei bastante do livro e acho que os momentos mais arrojados, como a cena da masturbação com o fígado, servem um propósito e não são apenas gratuitas. E há momentos muito divertidos, a parte final tem uma ironia muito refinada e um forte sentido de ridículo. Mas enfim, gostos não se discutem. De qualquer forma, acho que não deveria desistir do Roth, porque esta não é a obra mais demonstrativa da escrita dele. Eu li, para além deste livro, "Todo-o-Mundo" e é um dos meus livros favoritos. Totalmente diferente e pequeno, pelo que é um risco calculado.

Carlos Faria disse...

Pois... a cena do fígado deu-me náuseas... não digo nunca mais Roth, até por que também já ouvi outras opiniões favoráveis a ele, mas pelo menos nos próximos tempos vou navegar por outros escritores.

olhodopombo disse...

Eu gosto do Philip Roth...

Carlos Faria disse...

Não mais nada dele, pelo que um só livro não me permite dizer mais sobre a sua obra.