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sábado, 2 de agosto de 2014

"O Eleito" de Thomas Mann


"O Eleito" de Thomas Mann é um dos últimos romances deste escritor e pertence à fase do autor de temática preferencial pela reflexão religiosa relativa à tendência para o mal, a possibilidade de redenção ou do incontornável castigo tradicionalmente discutidas na moral e filosofia judaico-cristã e tendo como suporte lendas mágicas, mitos tradicionais e o fantástico. 
No presente romance um monge iluminado pelo "espírito da tradição" relata as lendas mágicas em torno das origens pecaminosas do papa São Gregório Magno e da sua redenção até à escolha por Deus para liderar o catolicismo. Isto exposto num modo característico das biografias medievais de santos recheadas de mitos bestiários, milagres e fantástico, hagiografias desenvolvidas com o objetivo de serem lições de ética, moral e de teologia. Neste romance cuja escrita muitas vezes é mesmo próxima da do estilo dos livros desse período ou do barroco.
Em "O Eleito" ao contrário de "Doutor Fausto" de Mann e de Goethe, o pecado mesmo que na origem da pessoa e ética e socialmente monstruoso tem sempre perdão na misericórdia divina, desde que o culpado reconheça, se arrependa e procure a remissão através da escolha de uma via de autopunição.
Embora tenha gostado da história, não se compara às pérolas mais terrenas de "A Montanha Mágica" ou de "Os Buddenbrooks", nem à novela platónica de "A Morte em Veneza" ou à riqueza cultural do romance da mesma fase mítica "Doutor Fausto".

2 comentários:

Pedrita disse...

esse eu não li, estou com um aqui ainda na fila pra ler. amo a montanha mágica e fausto. esse me interessei exatamente por conter a discussão sobre o mal. eu amo o nome da rosa, foi o primeiro que li do autor, e de uma biblioteca, mas os meus preferidos são rainha loana e baudolino. beijos, pedrita

Carlos Faria disse...

Os livros citados não li,de Mann este foi o que gostei menos.
Amanhã já falarei de "O nome da Rosa" pois este post é que veio um pouco atrasado...