Ao seguir este blogue, decidi conhecer a escritora brasileira Eliane Alves Cruz, cujo romance que encontrei disponível no momento de compra foi "Solitária" que também me motivou pelo tema.
Eunice é uma empregada doméstica e ama numa família rica. Ela, depois de abandonada pelo marido, traz a sua filha, Mabel, para o pequeno quarto destinado à criada dos patrões. Numa primeira parte vemos uma sucessão de episódios curtos ao longo dos anos pelos olhos da criança de como a mãe é explorada e de como outros empregados dos amigos dos patrões são acusados dos erros dos empregadores. No prédio conhece outras explorações dos favorecidos, contacta os filhos do porteiro e com o crescimento as relações amadurem, bem como as e ambições de um futuro melhor que os dos pais, que confundem subserviência explorada com amor aos empregadores.
Na segunda parte, igualmente em pequenos capítulos, vemos o despertar a longo prazo de Eunice para a sua situação e o modo como não se apercebeu do crescimento da filha e seus amigos, até que um acidente a obriga a decidir-se viver e dar prioridade à sua família. Na terceira assistimos de uma forma original à correção dos erros passados.
Numa escrita simpática e com sentimento, Eliane monta uma narrativa agradável de se ler que é um manifesto contra as escravaturas no mundo atual, a sede de justiça dos explorados contados no feminino. Uma obra pouco extensa, quase uma novela, que se lê muito bem. Gostei

3 comentários:
ah, vc leu, q maravilha. q linda capa desse edição daí. esse ainda não li. gosto muito do estilo da autora. beijos, pedrita
Este ano é o segundo autor que leio a partir do blogue Mara Hari e 007, Conceição Evaristo parece-me mais universal e maduro, mas ambas são escritoras intervencionistas com visão no feminino. Mas gostei de ambas.
sim, tb gosto muito. eliane escreve mais detalhado, mais cotidiano. conceição é bem poética. falei de livro no meu blog, mais ligada a sua profissão de geólogo.
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