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domingo, 3 de fevereiro de 2008

O Nosso Carnaval 1 - O ASSALTO

Quanto mais por esse país fora se mostram carnavais institucionalmente organizados, com importações de costumes estranhos a este país e promovidos para fins turísticos, cada vez mais gosto do Carnaval enraizado nas nossas tradições.
Por cá no Faial, além dos bailes organizados pelas colectividades culturais e recreativas, continua vivíssima a realização de ASSALTOS de Carnaval.
Festas com dança, fantasias (sem uso de máscaras) e mascarados (com recurso a este acessório), organizadas por pessoas particulares que convidam os seus amigos e vizinhos para um serão bem passado, muitas vezes nas suas próprias casas. Nestes assaltos, é fundamental uma refeição durante a madrugada, para recuperar forças para prolongar a folia pela noite dentro, cujas iguarias são trazidas e confeccionadas pelos próprios participantes.
Este ano, o assalto organizado pela Direcção da Irmandade do Espírito Santo, da localidade dos Espalhafatos, com o objectivo de internamente angariar fundos para a reconstrução da seu Império, destruído pelo sismo de 9 de Julho de 1998, abriu os festejos nesta freguesia.

No assalto os pratos típico da ilha e os que têm vindo a surgir na gastronomia caseira, encheram as mesas para a partilha dos convivas durante a madrugada...

com muita caloria nas sobremesas para compensar os desgastas que a dança e a tradicional chamarrita (obrigatória nesta freguesia) consomem...

A palavra ASSALTO parece ter origem no facto que estas festas eram organizadas, muitas vezes, secretamente por um grupo de amigos que escolhia uma família como vítima, para tomar de assalto surpresa a sua casa durante a noite da festa, servindo-se da habitação ocupada para uma folia até à madrugada.
Hoje, cada vez mais as famílias têm a iniciativa de organizar estas festas na sua casa, acordando com os amigos um calendário para os assaltos se distribuirem no tempo que vai quase do início do ano até ao Entrudo, diferindo assim das anteriores apenas no factor surpresa e no facto de pontualmente ocorrerem em salões de festas de outras entidades ou serem organizados por instituições como foi o presente caso.

10 comentários:

RJ disse...

Desconhecia as tradições Faialenses. Isso é que é carnaval!

Hoje cá pelo continente (apanhei imenso frio no jogo da Académica à tarde) desceram as temperaturas e esteve mau tempo. A serra da Estrela e arredores ficou pintada de branco.
O mau tempo estragou alguns desfiles, mas o que mais impressão me fez foi aquela gente a sambar em trajes menores e a apanhar com chuva e frio.

Quem vê as fotos fica com vontade de fazer um "Assalto" às mesas de comida (cujo esplendor me acaba de abrir o apetite).

Carlos Faria disse...

ao rj
então aguarda pelas tradições que a saga carnavalesca continua por 3 dias...
quanto ao sacrifício durante o jogo, não terá sido compensado com a vitória, a mim coube-me um empate televisivo?
No que se refere a trajes carnavalescos estivais em pleno inverno só mostra como por cá as pessoas copiam coisas mesmo quando elas não estão adaptadas ao meio, mentalidades de um nível cultural frequente neste país, por isso temos telhados para nevões na zonas baixas de Portugal e terraços como telhados no meio da chuva açoriana....

RJ disse...

Na Beira alta há tradições muito interessantes, desde Carregal do Sal a Nelas.
O pior de tudo são os desfiles de pseudo-samba da mealhada e afins. Não nos esqueçamos que agora no hemisfério Sul é Verão.

Se for para a zona entre Leiria e Pombal vê meia dúzia de "cancros" arquitectónicos, sob a forma de vivendas. Até já lá vi uma casa estilo Bávara, com telhado quase até ao chão. A malta vai lá para fora e quer trazer alguma coisa mais de lá, por isso importa uma casa igual à que têm no país para onde emigraram. Mas o pior é quem aprova aquelas construções.

A vitória foi o melhor do jogo, é verdade.
Se se está a referir ao empate do Benfica... O campeonato acabou este fim de semana. Não acredito que consigam chegar lá.

Anónimo disse...

Muito bem, a intenção da chamarrita nao seria akela mas foi percebida assim quanto ao resto e modestia aparte acho que correu bem nao so o assalto mas todos os festejos que decorreram na freguesia e que culminaram com a matiné para as crianças que foi muito concorrida e assim dificultou a decisao do "juri".

Carlos Faria disse...

ao rj
sim, que não chegamos ao topo da liga já eu sabia, mas mesmo assim gostava de ver a minha equipa jogar bem e de preferência vencer.

ao JC
sim, os festejos correram muito bem, eu que o diga em termos de desempatar classificações e congratulo-me sempre que a Ribeirinha faz bem alguma coisa

Anónimo disse...

O Assalto foi um óptimo pontapé de saida, para um Carnaval espectacular em todos os aspectos.
Foram quatro dias de folia e bom convivio com os Ribeirinhenses e visitantes.

Carlos Faria disse...

ao anónimo...
sim, reconheço que o carnaval da Ribeirinha resultou naturalmente da alegria das pessoas e dos seus organizadores e mesmo assim foi de arromba, sem necessitar de artificialismos ou cópias de modelos de outros países. Parabéns a todos os que trabalharam nesse processo. quanto mais nosso em termos de originalidade melhor resulta e viu-se como também agradou aos visitantes.

Anónimo disse...

Olá, esta mensagem não diz respeito ao Carnaval, mas foi onde me apeteceu escrever depois de ver as fofas.
Enviei este endereço ao teu amigo Borges(Évora) pelo que, concerteza, um dia destes vais ter alguns comentários mais sábios e interessantes que este.

Bem, já agora sou a Matilde (Anónimo???).

Bjs

Carlos Faria disse...

Olá Matilde
Bem, o Borges está habituado a me ver até na televisão suiça... por isso é sempre bem vindo, ele, tu e todos os outros que por bem me visitarem

Anónimo disse...

Ele disse que achou muito interessante...agora o pormenor de quem vier por bem... eu sou suspeita!!
Mentira, está óptimo! E sou boa piquena!
Continuo como incógnita, mas sou eu.

Matilde