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domingo, 30 de novembro de 2008

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

LISBOA: Fundação Gulbenkian

A cultura em Lisboa hoje não seria o que é sem a Fundação Calouste Gulbenkian.

Foto de Osvaldo Gago, proveniente e nas condições descritas daqui

Numa cidade capital de uma nação, onde a cultura erudita e a formação intelectual não são valorizadas como em muitos outros países europeus, Lisboa oferece aos seus residentes e visitantes concertos, espectáculos de dança, exposições, colecções de arte e livros técnicos, para já não falar de bolsas de formação em artes e ciências, a um nível muito acima do que seria normal esperar com o apoio institucional e o mecenato cultural frequentemente disponível nesta terra. A grande responsável por este "empolamento" cultural em Lisboa, face à situação real do país, é a Fundação Calouste Gulbenkian.

Graças a ela e quando estudante, época em que o dinheiro especialmente escasseia, assisti a grandes concertos, interpretados pela sua própria orquestra ou outras; vi grandes intérpretes vindos do exterior, os bailados do Olga Roriz e o trabalho de Vasco Wellenkamp, conheci a obra de Amadeo de Souza Cardoso, a colecção Lalique, bem como muitas outras obras de arte e ainda consegui estudar em bibliografia científica de qualidade na língua de Camões.

Raramente venho a Lisboa, com tempo disponível, em que esta Fundação não tenha algo de interessante para me oferecer, desta vez não é excepção e aqui fica a minha homenagem a esta instituição.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

LISBOA, em trânsito demorado e intencional

Andar por Lisboa uns dias é sempre um prazer, mesmo em rota para a Europa ganho sempre em passar uns dias pela nossa capital. Mais uma vez penso deixar-me encher das coisas boas desta bela cidade, a terra das minhas memórias de estudante.
Lisboa vista da Graça, foto proveninente daqui

A verdade é que a luz de Lisboa fascina-me. A diversidade do comércio e o casario da zona antiga, desordenado e simples como duma aldeia, enternecem-me. O ar cosmopolita e mediterrânico do Chiado e a sua envolvente, com o museu, teatros, galerias de arte, igrejas calcárias, livrarias, lojas de discos, cafés castiços e esplanadas cativam-me. Belém com todo o seu património e o CCB extasiam-me. O Parque das Nações relaxa-me e o complexo da Gulbenkian delicia-me...
Já ouvi opiniões diversas sobre Lisboa, o brilho da paixão talvez me permita ver coisas que outros não descobrem, mas Lisboa continua a ser uma das cidades da minha vida.

Os próximos post programados serão mais culturais, sobretudo música, que geológicos, mas essa é também uma das vertentes importantes da minha vida  e com grande importância em férias e a função principal destes post é manter o contacto com os habituais visitantes deste blog.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

HORTA, sem agenda...

A sempre bela cidade mar da Horta vista do Monte da Guia

Não há dúvida que o sabor de percorrer as ruas duma cidade, mesmo que seja na nossa terra, é diferente se estamos em trabalho ou em férias... 
Num belo dia de Outono, sem frio ou calor, na ausência de vento ou chuva, bisbilhotar o comércio local da Horta (sempre parco de ofertas), calmamente comprar algo - apenas porque se gostou - como um livro de poemas de Natália Correia, dá-me um prazer que raramente consigo ao entrar nos mesmos espaços a contra-relógio e sob a tirania do cumprimento de horários.
Visitar a biblioteca pública da Horta e descobrir uma exposição de fotografias antigas da ilha, onde se revela uma festividade perdida no tempo, realizada mesmo na minha rua e com gente que me é totalmente estranha, mas com quem todavia me devem unir os laços de sangue.
Depois perder-me no seio de milhares de títulos, ser abordado por Dias de Melo, Vitorino Nemésio, passando rapidamente por Goethe e terminar numa cavaqueira com Brecht, são prazeres disponíveis ao virar da esquina, mas inacessíveis na normalidade do dia-a-dia...
Enfim... mesmo a recuperar forças para a viagem, o prazer já se instalou ao meu lado nestas férias de Outono.

sábado, 22 de novembro de 2008

FINALMENTE FÉRIAS!

Tal como já referira, Outono para mim é tempo de férias e elas chegaram... nas próximos semanas programei andar à descoberta deste planeta.

Imagem proveniente daqui

Este blogue não deverá ficar fechado, penso agendar alguns post, a indicar por onde ando e a dar notícias. Pretendo com frequência vir cá ver o que surge na blogosfera e continuar a conversar com os bloggers habituais. Poderá até ser possível a elaboração de novos post, caso o tempo e as condições o permitam, tal como já aconteceu no último ano, mas a periodicidade de novas produções deverá baixar.
Nas próximas semanas, a prioridade serão: viagens, por terras do velho mundo; a leitura e a aquisição de novos livros; a música, com idas à opera e a eventual aquisição de cd e dvd; a arte, com a visita a museus, galerias e exposições, talvez o teatro; e, sobretudo, o repouso do trabalho agendado por terceiros para alimentar os prazeres da minha alma.
Por isso continuem a passar por cá, farei o possível para também passar por aí.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

ALTAR INCENSADO

Devido à humidade no ar, intensificada nos Açores pela omnipresença do mar, o relevo elevado das ilhas funciona como barreira à circulação atmosférica, o que por vezes leva à condensação do vapor de água no ar e à formação de núvens num dos lados das montanhas ou mesmo sobre as ilhas. Motivo porque por vezes o tecto de núvens, característico dos Açores, situa-se apenas sobre terra, enquanto o céu sobre o mar permanece azul e também ocorre o frequente e belo bailado de núvens em torno da montanha do Pico


Caldeira do Faial (clique na foto para a ampliar)

No lado esquerdo da foto encontra-se um relevo em forma de ogiva, que corresponde a um domo traquítico, implantado no bordo sul da Caldeira do Faial e conhecido pelo nome de ALTAR, já presentado neste post.

Assim, à semelhança dos altares religiosos, onde os sacerdotes costumam libertar fumos da queima de incenso, também este altar geológico parece estar a ser incensado pela natureza... um sinal da magia dos Açores

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

OLHARES: O Faial visto do Pico

Pela proximidade, idade geológica, beleza, tradições, partilha genética, vivências culturais e intercâmbio económico, o Faial e o Pico são duas ilhas irmãs, que vivem numa simbiose perfeita, cuja compreensão da interdependência só se tornaria consciente a cada uma se, de repente, uma se sentisse privada da outra.

A ilha do Faial vista do Museu do Vinho na ilha do Pico. A Horta à esquerda e a Ribeirinha à direita. (clique para ampliar)

Como duas irmãs que à primeira vista parecem tão diferentes e desavindas, mas que não se lembram de ter vivido em separado, julgam-se independentes e convencem-se de que os seus males vem dos defeitos da outra e acreditam na sua auto-suficiência, mas inconscientemente amam-se sem saber.
Todavia,  quando a ameaça vem de fora, eis que os laços de sangue, que unem qualquer família, apertam-se com todas as forças e nunca vi um Faialense e Picoense em terra estranha que não se sentissem conterrâneos do mesmo naco de rochas saído mar. 

sábado, 15 de novembro de 2008

TAMANHO DAS ERUPÇÕES IV - Índice de Explosividade Vulcânica (VEI)

A última escala a apresentar, o Indice de Explosividade Vulcânica, conhecida internacionalmente pela iniciais em inglês - Volcanic Explosivity Index scale - VEI, apenas é aplicável a erupções explosivas.
Como as grandes explosões originam imagens espectaculares, podem ser catastróficas e são de curta duração, muitas vezes a comunicação social completa a sua informação com a indicação do grau VEI da explosão, tornando mais popular esta escala em termos de erupções vulcânicas que as escalas vulcânicas anteriores.

Uma enorme coluna eruptiva no monte Redoubt no Alasca com as camadas de desenvolvimento horizontal devido à estratificação natural da atmosfera, imagem daqui

O Indice de Explosividade Vulcânica (VEI) utiliza dois parâmetros para a determinação do grau: o volume de material piroclástico emitido em metros cúbicos (cinzas, bombas vulcânicas e pedra-pomes) durante a explosão e a altura atingida pela coluna eruptiva em quilómetros, constituída pelos produtos projectados pelo vulcão.

Coluna eruptiva da erupção do vulcão do Pinatubo, onde ocorreu a maior explosão do século XX - VEI 6 no ano de 1991 que reflexos no clima a nível global, imagem daqui

VEI 0 -> menos do que 104 m3 (10.000 m3 de material ) e altura da coluna eruptiva inferior a 0,1 km (100 m);

VEI 1 -> entre 104 e 106 m3 de material (10.000 a 1 milhão de m3) e altura entre 0,1 a 1 km;

VEI 2 -> 106 e 107 m3 de material (1 milhão a 10 milhões de m3) e altura entre 1 a 5 km;

VEI 3 -> 107 e 108 m3 de material (10 milhões a 100 milhões de m3) e altura entre 3 a 15 km;

VEI 4 -> 108 e 109 m3 de material (100 milhões a 1.000 milhões de m3) e altura entre 10 a 25 km;

VEI 5 -> 109 e 1010 m3 de material (1.000 milhões a 10.000 milhões de m3) e altura acima de 25 km;

VEI 6 -> 1010 e 1011 m3 de material (10.000 milhões a 100.000 milhões de m3) e altura acima de 25 km;

VEI 7 -> 1011 e 1012 m3 de material (100.000 milhões a 1 bilião de m3) e altura acima de 25 km;

VEI 8 -> acima de 1012 m3 de material (1 bilião de m3) e altura acima de 25 km.

Por norma, as as fontes de lava têm VEI de 0 a 1; VEI de 1 a 2 situam-se as explosões estrombolianas; VEI de 2 a 4 ocorrem em explosões vulcanianas, enquanto as plinianas podem começar em 3 e atingir os valores mais altos da escala.

VEI 8 são explosões de tal forma intensas que podem ter efeitos catastróficos à escala mundial e, por norma, podem estar associados a vulcões que também podem atingir magnitudes e intensidades tão grandes que são conhecidos por SUPERVULCÕES, mas geralmente só acontecem em intervalos de tempo na ordem das centenas de milhares de anos.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O TAMANHO DAS ERUPÇÕES III - Escala vulcânica de Magnitude

Após a apresentação de uma Escala de Intensidade de erupção vulcânica, apresento hoje uma Escala de Magnitude de uma erupção vulcânica, tanto aplicável a erupções efusivas, como explosivas e também raramente utilizada nos noticiários.
Nesta escala o que importa é quantificar o total de massa libertada por um vulcão ao longo de uma erupção completa, independentemente do tempo de duração desta. Logo, um dos problemas para referir a magnitude é que esta só pode ser calculada depois da erupção terminar, enquanto decorre a actividade não é viável dizer a sua magnitude final.
 
O vulcão Puu Oo numa erupção efusiva do tipo estromboliano, foto daqui

Assim, uma erupção pouco intensa que dure muito tempo pode ter a mesma magnitude que uma outra muito intensa e de curta duração, claro que a magnitude é maior se a intensidade e a duração da erupção forem ambas elevadas.

Nesta escala, a magnitude cresce um grau sempre que massa emitida aumenta 10 vezes em relação à quantidade de referência do grau anterior.
Magnitude zero - a quantidade de material emitido (lava, piroclastos e gases) é inferior a 10.000 toneladas;
Magnitude um - a quantidade de material emitido igual a 100.000 toneladas;
Magnitude dois - a quantidade de material emitido igual a 1.000.000 (1 milhão) de toneladas;
Magnitude três - a quantidade de material emitido igual a 10.000.000 (10 milhões) de toneladas;
....
Magnitude oito -  a quantidade de material emitido igual a 1.000.000.000.000 (um bilião na terminologia de Portugal* ou um trilhão no Brasil) de toneladas!

As maiores erupções conhecidas correspondem a esta magnitude, que curiosamente tem o mesmo número de zeros que a maiores intensidades conhecidas 12, mas cuidado, graus diferentes e representam aspectos distintos.

* Portugal utiliza a escala longa na terminologia de numeração, enquanto o Brasil utiliza a escala curta, consequentemente, além da ortografia, os números grandes na Europa são diferentes dos Brasileiros. Assim, 1000 milhões em Portugal é 1 bilhão no Brasil; 1 bilião em Portugal é 1 trilhão no Brasil. Confuso, não!?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Nasceu um novo blog no Faial - HORTA XXI

HORTA XXI - Subordinado ao seu editorial...
O PRESENTE BLOG TEM COMO RAZÃO DA SUA EXISTÊNCIA SERVIR DE PLATAFORMA DE DISCUSSÃO SOBRE O PATRIMÓNIO FAIALENSE, URBANISMO DA CIDADE DA HORTA, FÓRUNS E DEBATES DE CIDADANIA SOBRE ESTA CIDADE À BEIRA-MAR PLANTADA. O PRESENTE BLOG É DE CARÁCTER APOLÍTICO, PELO QUE QUAISQUER PARTICIPAÇÕES RELACIONADAS COM PARTIDOS POLÍTICOS SERÃO RETIRADAS

Espero que seja um espaço em prol do Faial e dos Faialenses, com destaque para a cidade da Horta, um contributo para o sonho de se construir já a partir de hoje uma Horta melhor para o futuro.

O TAMANHO DAS ERUPÇÕES VULCÂNICAS II - Escala de Intensidade

A intensidade de uma erupção, contrariamente às escalas de itensidade sísmica, não representam uma avaliação qualitativa de estragos, mas sim a quantidade de massa, sobretudo lava e cinzas, embora também se devam quantificar os gases, que sai pelas bocas de um vulcão por segundo.
Cratera do vulcão Puu Oo com um lago de lava, num momento de muito baixa intensidade eruptiva - imagem daqui

Assim, à semelhança de um rio, onde é possível deduzir o caudal numa dada secção do seu percurso ou na foz, cuja quantidade é expressa em litros por segundo, ou noutras unidades de volume/tempo; na intensidade do vulcão tenta-se estimar os quilogramas libertados por segundo pelas suas chaminés. Quanto mais é ejectado por unidade de tempo, mais intenso é a erupção.
A escala de intensidade tem a vantagem de ser aplicável à erupções efusivas, medindo o caudal das escoadas de lava e gases saídos das bocas do vulcão, ou explosivas, a quantidade de cinzas, piroclastos e vapores libertados da chaminé.
Os valores mais baixos estão pouco associados a actividade explosiva, enquanto os mais elevados estão menos relacionados com actividade efusiva, mas não é condição obrigatória.

Grandes volumes de lava em emissão pelo vulcão Mauna Loa no Havai, um momento de elevada intensidade eruptiva - imagem daqui

Na escala de intensidade, atribui-se o grau igual à potência de base 10 representativa do número de gramas de massa libertados por segundo, ou seja numa linguagem simples, o número de zeros necessários para representar a grandeza de massa libertada em gramas por segundo.

Para valores abaixo de 3 é demasiado pequena a erupção para ser notícia, assim podemos resumidamente começar em 3.
- Intensidade 3, o vulcão liberta 1000 (3 zeros) g de massa por segundo, ou 1 quilograma por segundo;
- Intensidade 4, o vulcão liberta 10.000(4 zeros) g/s, ou 10 kg/s;
- Intensidade 5, 100.000 g (5 zeros) /s, ou 100 kg/s;
...assim sucessivamente, as maiores intensidades eruptivas conhecidas estão associadas e erupções explosivas do tipo pliniano e estimadas em
- Intensidade 12, 1.000.000.000.000 g(12 zeros!)/s, 1000 milhões kg/s; que corresponde aproximamente a 1 km cúbico de material por segundo a ser expelido pelo vulcão... assustador!

Um dos problemas associados a esta escala está no facto que, muitas vezes, é difícil calcular no momento a intensidade, sobretudo durante as grandes explosões, onde o perigo obriga a se estar a grande distância e os equipamentos podem ser destruídos pela erupção, sendo frequente estimar-se a intensidade posteriormente.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O TAMANHO DAS ERUPÇÕES VULCÂNICAS I - Escalas

Coluna eruptiva do vulcão do Monte Pinatubo em 1991 nas Filipinas, a maior manifestação vulcânica explosiva do século XX, imagem retirada daqui

Quando se relata a ocorrência de um sismo, imediatamente a notícia é acompanhada de uma informação sobre a dimensão do tremor-de-terra, referenciando o evento numa escala sísmica: de magnitude, como a de Richter; ou de intensidade, como as de Mercalli ou EMS-98.

Todavia, quando se falam de manifestações vulcânicas, raramente os noticiários enquadram a informação da dimensão da erupção em qualquer tipo de escala vulcânica, nem as pessoas questionam o grau atingido. Tudo se passa como se não existissem escalas para determinar a grandeza das erupções vulcânicas ou como se as erupções tivessem todas o mesmo tamanho.

Contudo existem várias escalas, referentes à dimensão de uma erupção vulcânica, com base nos seguintes parâmetros:
  1. a quantidade total de material expelido ao longo de uma erupção - a magnitude da erupção;
  2. a quantidade de material expelido pelo vulcão por unidade de tempo ou seja o caudal ou fluxo expelido por segundo - a intensidade da erupção; e
  3. a dimensão das explosões ocorridas ao longo de uma erupção - explosividade da erupção.

Os dois primeiros tipos de escalas podem-se aplicar tanto a erupções efusivas como explosivas, todavia a última tem significado, sobretudo apenas, para manifestações vulcânicas explosivas.

Ao longo de próximos post irei apresentar as escalas vulcânicas, raramente discutidas ou apresentadas em português, e expressar as dificuldades de determinar rapidamente a magnitude, a intensidade ou a explosividade de uma erupção.
Estes problemas estão na base do motivo porque os noticiários não enquadram tão frequentemente as erupções em nenhuma escala vulcânica, o que leva também à população a não questionar sobre o tamanho de uma erupção vulcânica ou a ter conhecimento deste tipo de escalas.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

POETAS E POEMAS ESCOLHIDOS III - Paulo Freitas

Imagem tirada daqui

Nasci assim lagarta rastejante,
que anda de flor em flor, que anda a chorar.
Nasci em prol da terra e não do ar,
vivendo em forma triste e humilhante.

E por breves momentos, um instante,
vi na luz de um orvalho, a baloiçar
airosa borboleta, a crepitar
em céu de luz ardente e delirante.

Assim, nasci lagarta por engano,
em seu casulo presa tristemente...
sem asas, rastejando sem prazer.

Postos olhos ao alto causam dano,
por ser de outro lugar: é penitente
de malfadada sorte, em seu viver!

Paulo Freitas in Vaidades de Março (1999)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O CACHALOTE FEITO ARTE

Entre as várias funções desempenhadas ao longo do Faial Filmes Fest, coube-me a grata tarefa de mostrar as numerosas belezas do Faial e do Pico a vários participantes, situação que me permitiu mais uma visita a vários núcleos museológicos da Baleação: Fábrica da Baleia no Porto Pim no Faial, Museu da Indústria Baleeira, em São Roque do Pico, e Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico, estes dois integrados no Museu do Pico

Para quem desconhece as ilhas do Faial e Pico ou julga que a baleação acabou, esclarece-se que esta apenas se transformou, pois hoje a observação de cetáceos ou "whalewatching" é uma das ofertas turísticas mais requisitadas por estas bandas dos Açores.

A memória dos homens que corajosamente se sacrificaram para obter da caça ao cachalote algum rendimento para conseguir uma vida minimamente digna e da indústria associada está preservada nos vários museus do Faial e Pico acima referidos e para surpresa de muitos...

...artesãos destas ilhas souberam transformar o osso e o marfim do cachalote, armazenado desde então, em autênticas obras de arte escultórica e pictórica, nalguns casos comercializado em lojas da especializado.
Contudo as maiores obras-primas estão expostas no Museu dos Baleeiros das Lajes do Pico ou no Museu do Scrimshaw do Peter no Faial.

Neste post, feito em homenagem dos baleeiros e dos artesãos que transformaram os restos do cachaloe em arte, todas as imagens correspondem a uma pequena amostra do magnífico espólio situado no Museu dos Baleeiros das Lajes do Pico.