Páginas

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

RETROSPECTIVA DE 2010 e FELIZ ANO NOVO


Terminado 2010, do qual eu não tenho razões de queixa, olhando para atrás verifico apenas que o blogue Geocrusoe tem cada vez menos geologia nos seus novos conteúdos, apesar deste tema ser um dos que mais me agrada tratar e das etiquetas associadas continuarem a merecer a atenção de alunos e professores em Portugal e no Brasil.
É relevante notar que, apesar de existirem mensagens que envolveram um esforço mais intenso, por norma, as que mereceram mais comentários são sobre assuntos do nosso cotidiano e com abordagens menos profundas dos seu conteúdo.
Um grande número de visitantes locais passou agora a acompanhar Geocrusoe, sobretud,o através do Facebook, enquanto os emigrantes, mesmo conhecidos, entram preferencialmente na página principal do blogue.
A todos os que por cá passam, bloguistas ou não, conhecidos, desconhecidos, amigos, curiosos ou em busca de informação necessária, informo que continuam a ser bem-vindos e desejo a todos um FELIZ E PRÓSPERO ANO DE 2011.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Mensagem de Geocrusoe mais visitada em 2010


A mensagem deste blogue mais visitada no ano de 2010 foi publicada no início de 2009 e refere-se a um Presépio de Natal construído em 2008.
Assim, desde de meados de Outubro do corrente ano, até início de Dezembro, foi esta a mensagem que diariamente e de modo persistente teve mais ligações directas:

Um sinal claro da importância dos Presépios nas tradições açorianas e a atenção dispensada a estas iniciativas pelas nossas gentes ao longo do Outono.

Apesar da geologia estar muito arredada nos últimos tempos deste blogue, sobretudo por já ter exposto a maioria dos aspectos mais importantes da geologia do Faial, as mensagens sobre esta temática, apesar de antigas, continuam a ser intensamente visitadas.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Freguesias rurais do Faial 11 - Ribeirinha/ESPALHAFATOS

Igreja de Santo António

Ao começar a série das freguesias rurais do Faial, comecei pela casa deste blogue, a Ribeirinha, e prometi então terminar na mesma, só que agora na sua outra localidade, os Espalhafatos. Fica cumprida a promessa e atendido o pedido de emigrantes que aqui passam para matar saudades e saber novas da sua Terra.

Rua Principal dos Espalhafatos

Enquanto a povoação da Ribeirinha se localiza no extremo nordeste do Faial, numa vertente virada a Nascente, os Espalhafatos desenvolvem-se num vale virado a Poente, a cerca de 2 Km da anterior a partir do Alto dos Espalhafatos.

Canto dos Espalhafatos

Assim, ao longo do seu desenvolvimento a povoação estendeu-se linearmente do Alto dos Espalhafatos até ao limite oeste da freguesia: o Canto, onde o vale se alarga e se funde com a vertente norte da ilha do Faial. A meia distância destes locais está a Arramada/Cruz onde se instalou a igreja dedicada a Santo António.


Canto e Alto vistos da freguesia do Salão
A povoação foi parcialmente destruída durante a crise sísmica da noite de 12/13 de Maio de 1958 e depois na sua quase totalidade em 9 de Julho de 1998, onde a igreja de construção recente e sismo-resistente foi um dos raros imóveis com danos pouco significativos e com possível reabilitação. Hoje a comunidade foi reconstruída reordenada para resistir melhor aos riscos geológicos

Zona central dos Espalhafatos vista no acesso ao Mato

Uma das curiosidade desta localidade está na origem do seu nome. No século XV a zona elevada chamava-se Alto da Ribeirinha, mas após um ataque de piratas às populações, comum na época, estas conseguiram emboscá-los e atacá-los na parte estreita do vale. Os inimigos abandonaram os seus despojos e roupas e o sítio ficou famoso por ser onde foram espalhados os fatos, daí passou a Alto dos Espalhafatos.

Nova urbanização do Alto após o sismo de 1998

Envolvido por altos relevos, que permitiam pastagens de altitude, e zonas costeiras planas com terrrenos férteis, os seus residentes viveram essencialmente da agricultura e da agropecuária, que hoje ainda subsiste, mas a grande maioria dos mais jovens desenvolve a sua actividade no sector secundário e terciário na cidade da Horta, que dista cerca de uma dúzia de quilómetros.

sábado, 25 de dezembro de 2010

PRESÉPIO DE ESCUTEIROS DA RIBEIRINHA

Talvez a maior tradição de índole popular do Natal nos Açores seja o Presépio, todos anos,de forma original ou tradicional, na Ribeirinha são expostas publicamente uma ou mais destas representações do nascimento do Menino Jesus e 2010 não foi excepção.


O primeiro presépio por aqui visitado este ano foi projectado pelo Agrupamento 973 da Ribeirinha do CNE, além da lapa, estão expostas várias actividades desenvolvidas pelo escuteiros com recurso a materiais tradicionais, cordas e a boneca mais famosa dos últimos tempos.

Assim, lobitos, exploradores, pioneiros e caminheiros, convenientemente fardados estão presentes em cenas de acampamentos, caminhadas, lazer e repouso neste Presépio.

Uma iniciativa a visitar nos dias festivos desta quadra natalícia no edifício pré-fabricado da rua da Igreja.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL 2010

Presépio - Barcelona

A todos os que por aqui têm passado, silenciosamente ou deixando as suas marteladas, incógnitos ou identificados, conhecidos ou desconhecidos, descrentes, agnósticos ou crentes, votos de Feliz Natal.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

CHEGOU O INVERNO!


Como habitualmente, Geocrusoe assinala as mudanças das estações do ano com a precisão de lançar na hora exacta um post referente às passagens dos equinócios ou dos solstíscios.
Assim, para quem ainda tinha dúvidas, é este o vento forte, gelado e molhado que caracteriza o Inverno nos Açores, o qual arrancou em simultâneo com este post, aquando do solstício de Dezembro.
Alterações climáticas estão a ocorrer, cíclicas ou não e sobre a respectiva intensidade e o porquê exacto susbsistem ainda muitas dúvidas, alguns afirmam que são de certeza as razões antrópicas, hipótese que não se pode excluir, tal como não se podem eliminar outras. Só quem tira dividendos pela aceitação de uma causa ou necessita de um credo alternativo neste mundo agnóstico é que precisa de ser radical e não admitir a contribuição de várias fontes para o que está a acontecer.
Apesar de tudo, tal não belisca nem um pouco a necessidade da civilização industrial ter de mudar de comportamentos para permitir que a humanidade seja sustentável nesta Terra que é, pelo menos ainda, o nosso único suporte de vida...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Pérola da língua portuguesa:VINICIUS DE MORAES

Anúncios, imagem daqui


Procura-se um amigo

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Tempos de Inverno

Pouca luz, muitas nuvens, frio intenso, vento forte, chuva persistente e neve no Pico... a meteorologia não está para brincadeiras já há algum tempo por cá e pelos vistos o mau tempo insiste em passar o Natal connosco.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

FÉRIAS!.... Acabaram-se.


As Férias foram boas, muito boas até... mas acabaram-se, depois do regresso a casa, que é sempre agradável, retomou-se o trabalho e começou a rotina.
Felizmente as memórias dos bons momentos dão por norma força para enfrentar as dificuldades, enquanto a espera de novas férias e os prazeres que momentaneamente a vida oferece suavizam as agruras do dia-a-dia.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A PASSEAR POR LISBOA

Hoje o dia apresentou-se sombrio em Lisboa, mesmo assim decidi dar um passeio pelas colinas do Castelo, Graça e Senhora do Monte.

Nas ruas estreitas, onde se notam várias intervenções de recuperação habitacional, continua ternurenta a arquitectura tradicional.

Impressionou-me o grande número de miradouros para o Tejo e o casario lisboeta, fruto das várias colinas da capital.

É esta Lisboa antiga, com este casario, vivências de bairro, miradouros, cheiros a comida e pacata que eu admiro e cada vez gosto mais desta cidade.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

LISBOA depois de BARCELONA

Quando regresso de uma cidade estrangeira, gosto depois de passear por Lisboa e comparar as duas realidades.
Primeiro, tenho achado sempre Lisboa bonita, pode não ser monumental, mas a arquitectura da baixa e dos seus bairros típicos tem uma ternura e uma beleza popular que me deixa sempre apaixonado por esta cidade.
Comparando Lisboa com Barcelona vejo três grandes diferenças: A animação que se vive nas ruas - as artérias da nossa capital quase não têm vida, faltam-lhe artistas (músicos, pintores, actores, etc.) vêem-se poucos habitantes a passear e a se divertirem em esplanadas e cervejarias;
A outra é ao nível de planeamento, Barcelona tem praticamente o mesmo plano de ordenamento desde meados do século XIX, mesmo as zonas novas e atracções turísticas surgem de tal forma integradas na sua malha urbana que tudo parece coerente;
Barcelona valoriza toda as suas capacidades, Lisboa é uma cidade de potencialidades não aproveitadas e a frente ribeirinha e os seus bairros típicos ainda têm muito mais para dar.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

BARCELONA - Cultura

A carícia de um pássaro, escultura de Miró - imagem daqui

Barcelona é sem dúvida latina e com alguma organizaçao um pouco mais germânica do que se espera do sul da Europa, talvez por isso, a cidade foi capaz de concentrar artistas revolucionários ao longo do século XX e quase nunca perdeu pujança neste pioneirismo.
Aqui, além de Gaudi na arquitectura, Picasso deu os primeiros passos, Miró evoluiu e Dali fez experiências.
Na música, Jordi Savall destaca-se mais pelo papel de dar a conhecer obras menos recentes e com uma vestimenta atraente do que criar novas composiçoes, mas a qualidade do Teatro do Liceu é o oposto do que aconteceu ao S Carlos de Lisboa, no canto lírico é uma referência na Europa.
Na rua todas as formas de cultura, mais ou menos pop ou juvenil, estao presente, é uma cidade com a vida cultural das urbes do centro e norte da Europa, mas com o calor humano latino e nisto Barcelona é única e marca a diferença.
Vale a pena conhecer Barcelona!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

BARCELONA - Reflexões pessoais

Barcelona, Igreja da Sagrada Família - imagem daqui

Nao haja dúvida, a marca mais importante de Barcelona é Gaudi, mas esta cidade sofre pela necessidade de se querer afirmar que a Catalunha é uma naçao.
Conheço este síndrome em Quebec City, embora Barcelona tenha tido a sorte de ter tido artistas de renome a fazer parte da sua história recente: Gaudi, Picasso e Dali, o que chama a atençao para a cidade. A língua oficial que a política quer afirmar nao parece ser a predominante no seio das suas gentes, embora todas as legendas tenham em primeiro lugar o catalao e isso mostra algum complexo.
Tal como em Quebec City, também aqui alguma sinalética mostra a nao cooperaçao entre instituiçoes de nível supra-nacional, o caso mais evidente foi dentro do Jardim de Montjuic, onde nao vi indicaçoes para a Fundaçao Miró, mas todos os pequenos interesses a cargo da entidade que gere o jardim estao sinalizados, setas seguramente dispensáveis aos turistas e desnecessárias aos locais, mas a maior atraçao nao merece a mesma atençao.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Barcelona - Primeiras Impressões

Casa Milà - Imagem daqui
Esta é a primeira grande cidade que visito nos últimos anos que nao é capital de um país, mas duma naçao e é incrível ver o orgulho deste povo na sua cultura. Estranho que tudo apareça escrito prioritariamente em catalao, mas o língua mais ouvida seja o castelhano ou entao nao distingo auditivamente, mas que na escrita é intragável... é.
Contudo, a tal como Berlim, aqui a diferentes formas de expressao artísticas sao rainhas, respira-se cultura: sente-se a música, a língua, a arquitectura e a pintura com uma força difícil de igualar noutras cidades.
Há outro aspecto que importa salientar nesta cidade: a sua beleza e a intensidade com que a vida pulsa nas ruas desta urbe... se há cidades que se destacam pela sua pujança de forma bela, esta é uma delas.
O primeiro dia foi praticamente dedicado a Gaudí: Casa Batlló, Casa Milá e Sagrada Família, só para estas obras, sobretudo a última vale a pena vir a Barcelona.

(os erros ortográficos devem-se, essencialmente às limitaçoes de teclas, pelo facto apresento a minhas desculpas)