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quarta-feira, 30 de março de 2011

HORTA, vista do Monte das Moças


Há terras que têm uma fotogenia intrínseca que, independentemente do ângulo em que as observamos, dão sempre belos enquadramento.

A cidade da Horta, embora pequenina em tamanho e grande em ternura, é uma dessas terras que posa sempre cheia de beleza para a fotografia.

Hoje observada do Monte das Moças junto ao Observatório Meteorológico Príncipe Alberto do Mónaco.

domingo, 27 de março de 2011

DIA MUNDIAL DO TEATRO

Imagem extraída do Jornal "Tribuna das Ilhas"

Hoje, dia 27 de Março, é o Dia Mundial do Teatro e na noite passada comemorei a data ao ver a peça "Imundação" no Teatro Faialense, levada à cena pelo "Teatro de Giz".
Na sequência da grande qualidade e tipo de teatro a que nos tem habituado aquele grupo, agora deu-se a estreia de uma obra escrita por Marta Freitas para o próprio Teatro de Giz
Um texto que parece ter raízes em Samuel Beckett e Eugène Ionesco, reflecte sobre marcas na personalidade adulta deixadas pelas personagens e ambientes que cercaram o protagonista na infância que sem dúvida nos fazem reflectir sobre os receios da sociedade contemporânea em busca de um significado para esta vida.
Excelentes interpretações dos vários actores da personagem Gabriel cujos medos poderiam estar em qualquer um de nós. Não perca em próxima oportunidade.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Ruínas... com memória

É uma ruína, testemunha o tempo em que indicar o caminho marinho durante a noite dava direito a monumentos e criava profissionais com famílias nómadas que conheciam gente em todas as ilhas e tinham o mar sempre como o único vizinho certo.
É uma ruína, mas é ainda o principal marco desta comunidade e mostra-se sempre imponente as ilhas em frente.
É uma ruína que dá testemunho do que passou o povo desta terra aquando da destruição dos seus lares numa madrugada de céu limpo e cheia de lua mas nada complacente para com estas gentes.

terça-feira, 22 de março de 2011

DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Água já não corre neste fontanário, a sua saída foi interdita por um tampão, nesta bica a Água já foi pura e matou a sede a muita gente, hoje quantas incógnitas se escondem por detrás daquela rolha e que futuro para a humanidade se não souber proteger o primeiro substracto da vida na Terra: a Água...

segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia Mundial da Poesia - António Gedeão

Imagem daqui

Dois poetas me fizeram amar a poesia, Fernando Pessoa e António Gedeão, o poeta da ciência, o homem que une o mundo da cultura ao mundo da investigação tecnológica de uma forma simplesmente genial.

Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

domingo, 20 de março de 2011

A Primavera voltou

A Primavera não é a estação do ano com melhor tempo nos Açores, uma região onde por norma os extremos de temperatura andam atrasados quase dois meses face ao Continente e onde as chuvas não decrescem muito rapidamente.
Todavia numa terra onde há flores todo ano e onde o verde nunca nos abandona, a maior frequência de bom tempo permite logo alimentar a esperança de um Verão a chegar e é essa luz que ilumina e anima o espírito de muitos ilhéus na Primavera.
A Primavera entrou à hora de saída do presente post.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Freguesias e localidades de São Jorge 3 - Calheta

Calheta de São Jorge não é apenas uma freguesia, é uma vila e sede de concelho do mesmo nome, cujo o centro se desenvolve paralelamente ao mar azul, numa fajã estreita na base de uma encosta abrupta e de verde intenso: a Fajã Grande.

Os apenas cerca de 1000 habitantes do seu centro, o grande asseio das ruas, o cuidado na pintura das fachadas das casas, o afastamento da principal via que une as várias localidades da ilha, a verdejante encosta a norte e a omnipresença do mar a sul com diferentes zonas de banho, conferem a esta vila uma ambiente calmo e relaxante que convida a uma férias estivais.
O Pico que se estende em frente como que deitado no outro lado do canal e a exibição das povoações que se alongam para leste e oeste da vila junto à costa conferem à Calheta uma beleza muito singular e dão a sensação de um paraíso perdido no meio do mar.

Escassas unidades fabris, a maior uma conserveira de peixe de renome nacional pelos seus produtos gourmet, os restaurantes com bom pescado, as esplanadas animadas e o ambiente familiar das pequenas terras permitem um descanso em beleza e com a qualidade de quem se quer afastar do bulício da civilização moderna, mas não cortar em definitivo com as condições oferecidas por este mundo.

domingo, 13 de março de 2011

Japão: sismo reactiva o vulcão Shinmoedake?

Num repente parece que todas os grandes riscos geológicos se abatem sobre o país do Sol Nascente, hoje na ilha Kyushu, a mais a sul das quatro maiores ilhas Japonesas, recomeçou a erupção do Shinmoedake, este vulcão já estivera em actividade no mês passado de Janeiro e estava calmo desde o final de Fevereiro.


O Vulcão Shinmoedake em Janeiro passado

Embora distante de Sendai, o epicentro do terramoto do dia 11, a verdade é que um grande sismo pode desencadear a reactivação de um vulcão activo, isto por várias razões:
1 - A vibração sísmica pode agregar (coalescência) as bolhas dos gases dissolvidos na câmara magmática, o que aumenta a pressão para uma explosão vulcânica (é o agitar duma garrafa de bebida com gás, favorece a saída de espuma se não estiver bem rolhada);
2 - A vibração pode provocar correntes convectivas dentro da câmara magmática (fornece energia, tal como o calor na sopa dentro de um tacho);
3 - O sismo pode abrir fissuras no aparelho vulcânico, originando uma conduta por onde o magma pode sair (é o destapar a garrafa sobre pressão, o líquido gaseificado jorra);
4 - O sismo pode provocar escorregamentos das paredes de um cone vulcânico, tal reduz a espessura de rochas e a pressão que continha o magma em profundidade (é o adelgaçar as paredes da garrafa cheia de um líquido com gás, esta pode explodir pela zona fragilizada).

Assim, não se pode dizer que o Shimoedake entrou em erupção devido ao terramoto, mas não se pode dizer que não haja uma relação causa - efeito, até porque o vulcão tinha estado instável há muito tempo e pode ter sofrido mais uma perturbação na sequência da actividade sísmica no arquipélago.

sábado, 12 de março de 2011

Sismo do Japão, construção sismo-resistente e prevenção nos Açores

A generalidade das imagens do sismo de 11 de Março de 2011 no Japão mostram que os danos provocados directamente pelas ondas sísmicas foram mínimos nas edificações afectadas, os grandes estragos surgem depois com as águas do maremoto a invadirem terra.


Neste filme, apesar da violência das ondas sísmicas, os imóveis resistem

Como mesmo os grandes sismos nem sempre provocam maremotos e a tipologia de movimentos tectónicos nos Açores não ser favorável a desencadear tsunamis, mas não impossível. Este arquipélago podo reduzir significativamente os riscos geológicos com dois cuidados que estão na mão do homem:
1- construção de edifícios sismo-resistentes e introdução de soluções de engenharia civil nos imóveis já existentes.
2 - Ordenamento do território para a ocupação humana, sobretudo habitacional onde há maior probabilidade de se ser apanhado a dormir, de forma a que as casas não estejam em regiões sujeitas a movimentos de massa, rupturas de superfície, liquefacção dos solos e inundações.

Claro como estas ilhas estão sujeitas a maremotos que possam surgir sobretudo a partir da costa Europeia, um sistema de alerta internacional e de difusão da informação na região pode ser uma grande ajuda, mas tal não depende apenas do poder nos Açores.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sismo de Sendai no Japão medido em bombas atómicas

O Japão hoje foi sacudido por um dos terramotos mais energéticos registados pelo homem desde que há equipamentos adequados para tais medições há cerca de um século, 8.9 na escala de Richter, é como se tivessem rebentado cerca 3,5 milhões de bombas atómicas como a de Nagasaki na crosta oceânica, a 130 km da cidade de Sendai, na ilha de Honshu. É mesmo muita energia libertada por este movimento das placas tectónicas.



A força das águas a penetrarem no Japão, ao fundo vêem-se pessoas a fugirem às águas

Seguiu-se um maremoto ou tsunami (são dois nomes para o mesmo fenómeno), sinal de que houve importantes movimentações no fundo do oceano, escorregamentos e/ou rotura sísmicas que atingiram o mar com movimentações de um lado em relação ao outro dessas fracturas que empurraram a água gerando grandes ondas, mas diferentes das que se formam nas tempestades.
Até ao momento o número de baixas é pequeno (6 pessoas), mas, tendo em conta a proximidade do epicentro à linha de costa, é provável que entre o maremoto e o terramoto o tempo tenha sido pequeno para que os alertas permitissem atempadamente a fuga das pessoas das regiões mais afectadas por estas ondas marinhas de grande comprimento, amplitude e energia, cujas soluções de engenharia civil para os imóveis resistirem ao seu impacte são difíceis de conseguir e diferentes das destinadas a enfrentar as vibrações e acelerações sísmicas. Temo que com o rescaldo da catástrofe o número de agrave significativamente.

terça-feira, 8 de março de 2011

Carnaval 2011 - Fantasias da pequenada

Se a noite de entrudo foi o momento forte de Carnaval para os graúdos, a tarde da terça-feira gorda foi o auge da folia para a pequenada.

Desde as fantasias compradas, até às elaboradas a rigor em casa, nada faltou ao divertimento dos mais novos para se exibirem a um júri consciente das dificuldades de escolher os melhores.

Pescadores, cabeleireiro/esteticista, bombeiro e hippie ficaram entre aqueles que melhor convenceram no seu desfile individual. Muitos outros tinham também grande valor.

Esperemos que para o ano haja mais matiné com tanta miudagem e alegria, um sinal de esperança no futuro desta pequena comunidade rural da Ribeirinha e Espalhafatos.

sábado, 5 de março de 2011

Carnaval 2011



Apenas para recordar que o Carnaval oficialmente arranca neste fim-de-semana, a todos desejar: Bom Carnaval e divirtam-se!

Cá na rua o programa começa já hoje...
Sábado – 22.30 h: Baile na Filarmónica com a “Turma do Rodeo”.
Segunda – 22.30 h: Baile no Polivalente com a “Turma do Rodeo” às 24.00 h, Concurso de Mascarados. Terça – 16.30 h: Matiné e Concurso Infantil de Fantasias no Polivalente.

Mais uma vez: DIVIRTAM-SE!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Literatura portuguesa e sociologia lusa


Uma das coisas que me leva a considerar um romance como uma grande obra de literatura é se além de magnificamente escrito e um argumento bem sustentado, o mesmo me ensina a conhecer melhor o Mundo ou o Homem. Recentemente vi uma descrição da sociedade lusitana que mostra porque somos tão tolerantes com tantos vícios sociais à nossa volta e preconceituosos para com algumas classes que mexem no nosso património sem analisarmos as questões a fundo:
"A verdade é que entre o povo a noção de propriedade está por demais arraigada para que um ladrão, por mais heróico ou altruísta, não seja julgado como infame. Um assassino é tolerado, pode partilhar o pão dos seus vizinhos, pode fazer esquecer o seu crime. Um ladrão lega a toda a sua descendência um ferrete indelével, porque, se o homicida as mais das vezes obedece a uma paixão, um impulso resgatável e quase nunca repetido, o ladrão traz no sangue, e assim o comunica, o fogo da tentação que as circunstâncias, mais ou menos, ou velam ou expandem."
Agustina Bessa-Luís in "A Sibila"

Difícil... é verdade! Duro... sem dúvida! Mas uma interpretação e descrição perfeita para muito do que ouço e vejo. Quem escreve assim talvez nunca seja um romancista popular, mas será um erudito que explicará ao futuro muito daquilo que temos sido até ao presente e dificilmente sairá da história da literatura.