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quinta-feira, 19 de março de 2009

TIPOS DE ACTIVIDADE VULCÂNICA SUBMARINA III - a Crista Médio-Oceânica

Para terminar esta série, importa referir que existe ainda um terceiro tipo de vulcanismo submarino que ocorre nos Açores. Este acontece nos fundos marinhos ao longo de um alinhamento de actividade vulcânica que vem desde do Ártico, atravessa a Islândia (uma zona emersa), passa entre o Faial e as Flores, prossegue para sul ao longo de todo o Atlântico e vai-se encontrar com outro alinhamento semelhante proveniente do Índico.
As cristas médio-oceânicas a rosa, no meio destas existe o rifte com o vulcanismo deste post. Os Açores encontram-se aproximadamente na área amarela. Imagem da USGS (adaptada) e retirada daqui.

Um vulcanismo, por norma tão profundo, que o homem só em meados do século XX descobriu a sua ocorrência ao longo de um extensíssimo vale, semelhante a uma grande fenda - rifte - que corta a meio a cadeia de montanhas mais longa da Terra, a Crista Média Atlântica, situada no seio deste oceano e que se une a outras cordilheiras semelhantes conhecidas por Cristas Médio-Oceânicas. Um tipo de actividade geralmente longe da vista e tão silencioso que nunca mereceu um nome próprio.

As extensas fissuras riftes, situados no meio das cristas médio-oceânicas, são locais de ascensão de magma, que afastam as paredes deste vales e empurram continentes. Imagem daqui

Apesar disso, sem nos apercebermos, este vulcanismo ao longo dos riftes acontece há centenas de milhões de anos. O material expelido foi capaz construir todos os fundos oceânicos, e ainda rasga e afasta continentes. É também responsável pelo facto das Flores e Corvo, situadas na Placa Tectónica Americana, se distanciarem muito lentamente das ilhas dos outros dois grupos, açorianos, localizadas num sistema ligado às placas tectónicas do velho mundo: a Eurasiática e a Africana. Assim, estas sete ilhas estão condenadas a separar-se definitivamente das irmãs do Grupo Ocidental. Tudo isto provocado por um vulcanismo que nem merece a atenção dos telejornais ou ter um nome próprio.

4 comentários:

ematejoca disse...

What the Robin Told

The wind told the grasses
And the grasses told the trees.
The trees told the bushes,
And the bushes told the bees.
The bees told the robin,
And the robin sang out clear:
Wake up! Wake up! Spring is here!
~ author unknown

Cumprimentos primaveris de Düsseldorf!

Pedrita disse...

eu adoro esses mapas ilustrativos. ajudam muito na compreensão. e com a tecnologia de hj, melhor ainda. beijos, pedrita

Os Incansáveis disse...

Sabe que com seus posts sobre vulcanismo fui procurar minhas anotações antigas, da época da faculdade, e achei um mapa feito por mim parecido com este do post? Tem até a data: março de 1985! Deve ter sido em uma das matérias introdutórias do meu primeiro ano de geologia.
Denise

Carlos Faria disse...

à ematejoca
agora a estação do renascimentos da vida... a mais romântica de todas as estações do ano.

à pedrita
a intenção é mesmo de uma forma simplificada explicar geologia, com destaque para a vulcanologia.

ao incansáveis
agrada-me saber que o post lhe traz recordações do tempo em que cursava geologia e que ainda guarda notas desse tempo.