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sexta-feira, 27 de julho de 2007

VULCÃO EM ERUPÇÃO SUBMARINA NOS AÇORES II

Segundo informações acabadas de receber, a expedição científica realizada à zona da eventual erupção submarina nos Açores, a cerca 180 km para sudoeste do Faial, com investigadores da Universidade dos Açores pertencentes ao Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos (CVARG) e ao Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP), não obteve novas evidências da existência da possível erupção anteriormente relatada por pescadores.
Nova expedição ao local será realizada em breve e este blog procurará estar actualizado sobre as eventuais informações que entretanto possam ser prestadas pelas entidades competentes.
O CVARG, ao longo desta semana, teve a sua página oficial muito tempo inactiva por motivos de actualização de software ao nível do Sistema de Informação Geográfica, embora alheio ao facto, fica aqui o pedido de desculpas a todos os que para ali se dirigiram devido a este blog.

6 comentários:

Anónimo disse...

Geocrusoe, será possivel que naquela zona do Atlântico haja fontes hidrotermais super quentes, ou terá sido um incidente passageiro de um vulcão. Sei que devemos esperar para saber, mas sendo entusiasta da sua forma de escrever, gostaria de ver algumas linhas suas, acerca destas expeculações.
Gostaria de saber o que pensa acerca desta "erupção", todos nós temos uma teoria, qual é a sua?
Teremos mesmo mais um vulcão em actividade na zona dos Açores, a previsão (se é que se pode chamar assim) não é de cerca de 30 anos entre cada evento? A Serreta em 2000 e agora este outro, o espaço temporal é muito curto, seria normal, tendo em conta a distancia um do outro (Serreta, 10 km a Oeste da Terceira / "novo vulcão" 180 km a Sudoeste do faial).

Carlos Faria disse...

Existem vários campos de fontes hidrotermais submarinos nos Açores conhecidos, mas poderão existir mais, o fundo do mar é ainda uma imensidade de área por reconhecer, mesmo nos Açores.
Quanto à estatística dos vulcões de 30 em 30 anos, isso são médias de erupções relatadas nos últimos 500 anos a partir de observações em terra ou por pescadores, mas podes até ter eventos em anos consecutivos nos Açores ou vários no mesmo ano, isso já aconteceu no Pico desde que ele é habitado e garanto-te que quantos mais meios técnicos para detectar vulcões no fundo do mar maior tenderá a ser a frequência das erupções... quantas terão ocorrido nos últimos anos e que nós não detectámos? O mesmo pode acontecer com as crises sísmicas, onde as pequenas podiam nem ser registadas pelos nosso cronistas mas hoje o CVARG não deixa passar nenhuma em claro!
Não tenho nenhuma teoria sobre este vulcão, até porque nem sabemos se existe mesmo. Mas no rifte que atravessa esta região certamente que há emissões de lava que ainda nem se consegue detectar com os meios disponíveis

José Quintela Soares disse...

Interessante pergunta e resposta.

Anónimo disse...

Atlântida revisitada
Esta zona do fundo oceânico (rifte) terá tido uma intensa actividade vulcânica desde, pelo menos, o final do Jurássico (há cerca de 150 milhões de anos) quando a América do Norte se separou da Eurásia.
Esta depressão no fundo do oceano (rifte) é como uma cicatriz que não sarou e que vai emitindo magma.
Assim, o vulcanismo do canal Faial-Flores (e não só) era já conhecido desde o final do sec XIX, aquando da colocação de cabos submarinos de comunicações entre a Europa e a América. Cedo se reparou que os mesmos rompiam frequentemente nesta zona do Atlântico. Quando se os puxava para serem reparos, eles, estranhamente vinham queimados. Só mais tarde é que se compreendeu este fenómeno.
Quero também referir que à medida que “Nova Iorque” se afastava de “Faro” terão surgido milhares e desaparecido de ilhas “pré açorianas” onde terão se diferenciado um conjunto de endemismos, dos quais alguns, que não desapareceram no fundo do mar, terão saltitado até aos dias de hoje nos Açores, Madeira, Cabo Verde e Canárias. Não sei se o Geocrusué concorda com esta interpretação?

Carlos Faria disse...

O basalto negro coloca várias coisas no seu comentário que me obrigam a ter comentários diferentes:
Em primeiro lugar sendo os Açores um ponto quente (hotspot) é normal que exista um alinhamento de montes submarinos (seamounts) que corresponderam a antigas ilhas (julgo que isso é visível na carta batimétrica do atlântico em direcção à Terra Nova, tal como existe para o Havai no Pacífico. Mas cuidado! Por vezes há migrações nos hotpsots e existe também um enquadramento geotectónico actual nos Açores que não é igual ao do passado, veja... tirando Flores e Corvo (que até estão N-S) os Açores estão a Leste do rifte e os seamounts a Oeste.
No que se refere à antiguidade do vulcanismo no rifte, penso que ele até é mais antigo... deve começar no Triásico... as Margas da Dagorda no blog Geopedrados são sinais do atlântio bébé.
Em segundo lugar agradeço a informação sobre as ocorrências de danos nos cabos submarinos no século XIX, é provável, tem lógica mas nunca ouvira falar... Mas deve mesmo ser ignorância minha, por vezes investigamos e lemos a actualidade e não pesquisamos registos históricos como deve ser, este blog também serve para trocar conhecimentos em várias áreas e entre pessoas.
Por último e relativamente ao aparecimentos de endemismos nessas antigas ilhas, penso que é provavel, mas não tenho conhecimentos na área, contudo não gosto do termo "saltitar"...até porque a Macaronésia representa relíquias da flora pré-glaciações europeia e do norte de áfrica, portanto penso que houve mais uma "colonização" proveniente de leste, mas são áreas de saber de que gosto mas que nunca trabalhei.

Anónimo disse...

adrei esta porcaria!!!!!!!!!!!!!ajudam imenso