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domingo, 29 de julho de 2007

GEODIVERSIDADE - Património Natural dos Açores

Na foto abaixo vêem-se os três vulcões da série "Três Vulcões Três tipos de Erupções" e a Baía de Porto Pim. Curiosamente, em cada um dos três lados desta baía há uma rocha de composição basáltica, mas que se apresenta de um modo diferente:
- Em primeiro plano e já erodido pelo mar, temos recifes de escoadas basálticas, na sua cor negra característica, sem dúvida a forma mais comum como as pessoas imaginam o basalto;
- À esquerda a bagacina avermelhada, a qual, devido ao modo como se formou, tem este aspecto granular, mas quimicamente é também um basalto;
- Em frente o tufo vulcânico do Monte da Guia, que apesar de pouco cristalizado, de parecer uma areia cimentada e de ter cor castanha clara (ocre), quimicamente é semelhante a qualquer outro basalto, embora esteja hidratado pela água do mar. (clique para ampliar)

Assim, além da beleza do Porto Pim, este local mostra ainda várias formas como as rochas de composição basáltica se podem apresentar e diferentes tipos de vulcanismo. Ao conjunto dos vários aspectos como a geologia se expõe aos nossos olhos chama-se Geodiversidade e também constitui Património Natural dos Açores, que importa proteger e divulgar!

4 comentários:

Anónimo disse...

Bem, continuando a conversa do post anterior:
Relativamente aos hot spots e o alinhamento dos cones, não esqueçamos a idade do fundo do oceano, que é mais jovem, precisamente entre as Flores e o Faial. Terão existido ilhas que, entretanto, desapareceram: Há provas recentes deste fenómeno como por exemplo a "rocambulesca" ilha Sabrina em 1811 (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha_Sabrina) e a ilha também histórica junto ao banco D. João de Castro (canal Terceira-S. Miguel), isto há mesmo muito pouco tempo. E mais perto de nós basta observar a erosão dos ilhéus da Madalena ou mesmo o que resta do recém nascido vulcão dos Capelinhos. Alguns depósitos piroclásticos das ilhas foram emitidos por cones vulcânicos que foram completamente erodidos pelo mar. E não estou a referir a subsidência das ilhas à medida que se afastam desse “inchaço” no fundo do mar que é a Dorsal Oceânica (novamente canal Flores-Faial).
Relativamente às espécies endémicas e o termo “saltitar”. Não esquecer que há muitas endémicas com parentescos em África (exº o Dragoeiro vem da África Sub-Sariana) e também na costa leste da América do Norte, para além das da Europa.
Não quero de deixar de dizer que é com muito gosto que continuo estas discussões que se iniciaram na FCL, penso eu.

Anónimo disse...

Quanto aos cabos submarinos, não esqueçamos que a Horta era um ponto de escala obrigatório dos navios que faziam estas reparações durante os sec XIX e XX.

Carlos Faria disse...

Neste diálogo há uma grande mistura de situações: Sabrina, ilhéu da Madalena, Costado da Nau e Capelinhos fazem parte de um conjunto de erupções em zonas marinhas e sofreram ou sofrem erosão, colapsos gravíticos e outros fenómenos,foram ou são vulcões monogenéticos e fenómenos passageiros para terem um papel importante naquilo quee referiu de diferenciação ou especiação e endemismos. O Banco do D João de Castro é um vulcão poligenético em crescimento, aquilo que eu designei por seamount e foi sobre este tipo de grandes vulcões ligados a hotspots que referi o alinhamento para a Terra Nova e será nesses que pode ter haver fenómenos de evolução em termos de biodiversidade com algum significado.
Continuo a não gostar do termo saltitar

Anónimo disse...

As diversas situações que referi foram apenas para explicar que algumas espécies poderão ter colonizado sucessivamente vários cones vulcânicos que hoje estão submersos. Alguma especiação ter-se-á feito ao longo deste percurso. Concordo que a especiação ocorrerá mais dificilmente em estruturas monogenéticas, devido à sua limitação temporal. Contudo, poderão ter servido de corredor de transmissão. Não?
Desconhecia o alinhamento para a Terra Nova e, novamente, concordo consigo. Mas penso que não é de excluir a existência de anteriores alinhamentos quer para oeste quer para leste junto a zonas de fractura.
E acima de tudo, acho piada nestas hipóteses porque encontro semelhanças com a “teoria das pontes intercontinentais” que tinha sido arrasada por Wegener, não há muito tempo.