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quarta-feira, 16 de junho de 2010

Análises de Riscos Geológicos e Protecção Civil

Um cientista da área de Riscos Geológicos, ao assessorar a Protecção Civil em situação de crise, debate-se frequentemente com um dilema: dizer o suficiente para alertar Pessoas e Instituições dos perigos que enfrentam, mas não dizer aquilo que levará a pânicos inúteis ou prejudiciais à salvaguarda dos Cidadãos, dos seus Bens e da Economia.

O equilíbrio entre a duas premissas muitas vezes não é fácil de se saber até ao fim da crise.
Isto vem a propósito de, neste momento, sismólogos da Comissão Nacional de Riscos Elevados na Itália estarem a ser processados judicialmente pelas mortes do sismo de Magnitude 6.3, a 6 de Abril de 2009, em Aquila, ao não terem alertado ou alarmado suficientemente as pessoas para aquele evento iminente (recorde-se que neste momento é impossível prever com segurança a ocorrência de um grande sismo num dado momento ou período curto de tempo).

Ribeirinha 9 de Julho de 1998 (foto Conceição Quaresma)

Este post é uma manifestação de solidariedade para com aqueles conselheiros que tiveram de enfrentar o dilema acima exposto e que enfrentam a incompreensão de quem desconhece a margem de insegurança que assiste a este tipo de alertas de Protecção Civil.

Por fim, esclarece-se que as medidas de redução dos efeitos de catástrofes naturais são estudos profundos para se conhecer generalidade dos riscos, políticas de ordenamento do território para se evitarem zonas de elevado risco, introdução de soluções de engenharia nos imóveis antigos e a construir para resistirem aos perigos e informação básica sobre os riscos a que as pessoas estão sujeitas e comportamentos a ter perante crises.

São praticamente inúteis os alertas em cima da hora, onde as medidas anteriores não foram a tempo implementadas e destes culpados a justiça parece não se preocupar convenientemente.

8 comentários:

Anónimo disse...

passei por cá só para dizer olá e parabens pela remodelação, gostei!!! Jcarlos

Carlos Faria disse...

obrigado

José Quintela Soares disse...

Pois é, caro "geocrusoe"...tem de se arranjar sempre um ou mais culpados...

Carlos Faria disse...

@José Quintela
Pois é... desde que estejam fora do grupo dos que têm o poder na mão para decidor pela resolução atempada dos problemas.

Pedrita disse...

aqui no brasil essa equação é sempre definida pelo pior. os estados unidos avisaram as autoridades de santa catarina de um tufão. os técnicos de lá duvidaram e foi uma catástrofe. pescadores ao mar. tudo o q poderia ser evitado. eu amei a montanha mágica do thomas mann. beijos, pedrita

Carlos Faria disse...

@ Pedrita
Em Portugal vai também muita coisa mal em termos de prevenção, penso que nos Açores, devido à sua grande vulnerabilidade em termos de sismos, vulcões e intempéries,têm-se dado bons passos nos últimos anos.
Estou a 3 quartos do livro e é sem dúvida um dos melhores que já li em termos de qualidade literária e cultura geral.

Miguel Valente disse...

Olá geo,
parabéns pela mudança do visual, tornou-se bem menos cansativo visualmente. De qualquer forma creio que as letras brancas não deviam ser totalmente brancas mas talvez um cinza claro.
Um abraço.

Carlos Faria disse...

@ Miguel
Coloquei a letras de texto a cinza claro e mantive os títulos brancos para destaque, penso que agora ficou mais suave à visão.