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sábado, 18 de abril de 2009

RECONHECIMENTO DA CALDEIRA DE CIMA

A deslocação a São Jorge, entre reuniões de trabalho, implicou um reconhecimento de campo, em equipa, de um vale entre a Serra do Topo e a Caldeira de Cima. Assim, após se sair da viatura, começou a descida com origem no local da foto acima e, dado o bom tempo, a promessa de paisagens idílicas concretizou-se. (clique nas fotos para as ampliar)

Logo quase no início a floresta natural de laurissilva dos Açores, com um solo detentor de uma cobertura vegetal húmida de Sphagnum sp., permitiu descobrir uma paleta de cores difícil de transmitir em foto... mesmo assim, é visível a grande diversidade de cor e beleza.
A geologia não esteve ausente da visita. Depois de se falar em filões no anterior post, eis que aqui vários outros se destacam na paisagem, também em resultado da erosão diferencial, e ficaram de tal forma salientes do solo que até permanecem visíveis acima das copas das árvores das extensas e densas manchas de floresta natural que cobrem as vertentes do vale.

Após algum tempo de viagem, finalmente, lá em baixo, ainda muito distante, surge a nossa meta: a Caldeira de Cima. Uns escassos telhados escuros, pastagens verde-vivo, recortadas de muros e situadas em terrenos pouco inclinados. Nota: a toponímia do local nada tem a ver com o significado geológico de "caldeira".

Perdido na paisagem, no fundo do vale e longe da civilização, ainda subsistem algumas casas dispersas, minimamente conservadas e habitáveis, entre outras já em grande estado de degradação que marcam o antigo e pequeno povoado a Caldeira de Cima. Várias têm aproveitamento turístico, para quem gosta de uma experiência diferente, longe da modernidade e ser envolvido de pura beleza natural.

Reconhecimento concluído num cenário de sonho, surge então a realidade, um verdadeiro pesadelo, uma tortura não desejada: a volta à origem, um local situada mesmo lá no fundo da foto, no cimo mais alto do vale...

Numa espécie de conselho de crise brota uma conclusão unânime: para a frente há outra saída, um percurso muito mais suave e que todos sabem ser de beleza máxima. Assim basta alterar os planos, pôr a logística a par da nova decisão e o deslumbre prossegue para o próximo post...

7 comentários:

Fernando Vasconcelos disse...

Portanto se percebi bem aqueles riscos que se vêm a separar as copas das árvores são provocados por filões ao nível do solo ?
Fotografias espectaculares !

Carlos Faria disse...

ao fernando vasconcelos
sim, aqueles "riscos" próximos da verticalidade, vistos a grande distância, pelo que devem ter uma largura próxima do metro, são filões e se fossem de ouro lá já não estariam ;)

Periquito disse...

Já fiz esse percurso. SImplesmente idílico.

Há que manter e preservar esta natureza.

É isto que temos de riqueza, creio eu, em termos de turismo sustentado:

- A Rota das Fajãs.

Sem estradas ou viaturas!

Carlos Faria disse...

ao periquito
questiono-me: Por quanto tempo ficará preservado ainda?

Anónimo disse...

Que bela paisagem, e fantastica fotografia.
Blogos deste valem a pena.
Parabens

Carlos Faria disse...

anónimo
e a reportagem deve continuar sobre este trabalho de campo... espero que também goste do próximo post.

Mar de Bem disse...

És um felizardo!