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sexta-feira, 16 de maio de 2008

PALEOSSOLOS: Testemunhos do repouso do vulcão

Os vulcões poligenéticos activos podem ter várias erupções efusivas ou explosivas, separadas por curtos períodos de inactividade ou longos períodos de dormência.
Imediatamente após o termo de uma erupção, os materiais expelidos pelo vulcão começam a ser modificados pelos agentes de geodinâmica externa: factores meteorológicos (vento, variações térmicas e água sob a forma de vapor, líquida ou gelo), os seres vivos (plantas e animais) e a gravidade terrestre.

Com o tempo de repouso aumentam as transformações das rochas e instala-se um solo que abriga a vida. Para o mesmo tipo de rocha e clima, a espessura do solo cresce com o duração do período de dormência do vulcão... só que quando se iniciar outra erupção, os novos materiais expelidos soterram o solo e este fica como fossilizado sobre as novas rochas: Paleossolo. É o que testemunha a foto acima onde o paleossolo de cor acastanhada se situa entre escoadas de lava e delimitado por um traço a vermelho (clique na foto para ampliar).

Quando se estuda um vulcão, o número de paleossolos e disposições fornece informações sobre a quantidade mínima de períodos de repouso ocorridos e sobre o relevo antigo: Paleorrelevo.
Se existirem fósseis de animais, plantas ou se estas estiverem transformadas em carvão, pode ser possível datar as várias erupções e outros acontecimentos, ou seja, fazer a história geológica de uma forma datada: Geocronologia.

5 comentários:

Anónimo disse...

eu sempre tive um certo fascínio sobre a rocha que se forma da lava. sempre achei um grande mistério algo tão derretido fique tão sólido depois. beijos, pedrita

RJ disse...

Imagino que possa haver problemas de estabilidade em zonas onde abaixo de uma camada de rocha dura (escoada basáltica, por exemplo) esteja um material argilo-arenoso de consistência branda (correspontente a um possível paleossolo), nomeadamente quando as camadas têm uma inclinação considerável.
Uma situação paralela será a presença de uma camada de argila intercalada entre duas de calcários ou arenitos que quando apanha água fica tipo manteiga.

Carlos Faria disse...

à pedrita
então depois de se ver a rocha em formação mais impressionados ficamos, eu só vi uma vez, foi numa erupção do Etna na Sicília, mas nunca mais me esqueço.

ao rj
julgo que pode haver, eu não conheço nenhum caso real no Faial em que isso tenha acontecido em período histórico (pós-povoamento), contudo como a ilha é relativamente pequena, com muitas falhas activas e frequentes sismos é possível que dificultam imnpermeabilizações, é provável que não ocorra com frequência a saturação em água destas camadas em extensão e inclinação suficiente para gerar uma rotura. (o caso da foto fica na escarpa da Lomba Grande que permita infiltrações, no extinto vulcão da Ribeirinha que para muito seria do tipo escudo, logo sem grandes inclinaçõesa longa distância que reduz o efeito gravítico).

Os Incansáveis disse...

Ai, ai. Que saudade das aulas de geologia!
Denise

Carlos Faria disse...

compreendo-a perfeitamente.