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sexta-feira, 11 de março de 2011

Sismo de Sendai no Japão medido em bombas atómicas

O Japão hoje foi sacudido por um dos terramotos mais energéticos registados pelo homem desde que há equipamentos adequados para tais medições há cerca de um século, 8.9 na escala de Richter, é como se tivessem rebentado cerca 3,5 milhões de bombas atómicas como a de Nagasaki na crosta oceânica, a 130 km da cidade de Sendai, na ilha de Honshu. É mesmo muita energia libertada por este movimento das placas tectónicas.



A força das águas a penetrarem no Japão, ao fundo vêem-se pessoas a fugirem às águas

Seguiu-se um maremoto ou tsunami (são dois nomes para o mesmo fenómeno), sinal de que houve importantes movimentações no fundo do oceano, escorregamentos e/ou rotura sísmicas que atingiram o mar com movimentações de um lado em relação ao outro dessas fracturas que empurraram a água gerando grandes ondas, mas diferentes das que se formam nas tempestades.
Até ao momento o número de baixas é pequeno (6 pessoas), mas, tendo em conta a proximidade do epicentro à linha de costa, é provável que entre o maremoto e o terramoto o tempo tenha sido pequeno para que os alertas permitissem atempadamente a fuga das pessoas das regiões mais afectadas por estas ondas marinhas de grande comprimento, amplitude e energia, cujas soluções de engenharia civil para os imóveis resistirem ao seu impacte são difíceis de conseguir e diferentes das destinadas a enfrentar as vibrações e acelerações sísmicas. Temo que com o rescaldo da catástrofe o número de agrave significativamente.

8 comentários:

Pedrita disse...

no twitter só se fala nisso. o japão costuma estar mais preparado pra catástrofes nas cidades, para terremotos. espero que não apareçam muitas vítimas como vc especialista prevê.

Carlos Faria disse...

Infelizmente já vamos nas muitas dezenas oficialmente e várias centenas oficiosamente e a tendência será para crescer. É dificil enfrentar um tsunami nestas condições

Anónimo disse...

Cara você disse a respeito de 3,5 milhões de bombas iguais a de Hiroshima, hoje em dia o poder destrutivo de uma bomba de hidrogênio é 1000 vezes mais potente que a de Hiroshima, você não acha que uma bomba possa provocar um epicentro que gere uma reação em cadeia e dê um início a um movimento nas placas por meio de falhas tectônicas ?

Carlos Faria disse...

Primeiro, por as bombas hoje serem mais potentes é que o valor está referenciado à bomba em causa.
Segundo, se tal reacção em cadeia que colocou em hipótese fosse provável, não eram precisas bombas atómicas para tal se concretizar, com sismos a libertarem naturalmente energias na ordem de grandeza do evento de hoje, do de 2004, do de sexta-feira santa no Alasca e quatro anos antes no Chile, só nos último meio século e provavelmente muitos outros antes de haver aparelhos de medição, tal já teria ocorrido pela mão da natureza, por isso penso que artificialmente também tal não deverá acontecer.

Anónimo disse...

Sim cara, concordo que fenômenos naturais ocorrem a milhares de anos, mas essa minha hipótese tem uma base, sabemos que neste local onde ocorreu o sismo é altamente suscetível à tal fenômeno e a frenquência que vem ocorrendo estes junto ao desenvolvimento tecnológico e testes atômicos ocorridos no oriente, deixa uma duvida no ar de uma intervenção humana.

Carlos Faria disse...

Não me deixa qualquer dúvida. Não tem a ver com intervenção humana. O sismo no Alasca e no Chile na década de 1960 foram em zonas bem afastadas de locais com grande intervenção humana e na mesma década.
A acção do homem pode-se reflectir provavelmente no clima, pois o efeito da poluição dá-se no mesmo meio: a atmosfera. Mas o desenvolvimento do homem não alterou nada no interior da crosta e lá em em baixo os seus reflexos, mesmo nas zonas de subducção, só chegará daqui a vários milhões de anos.

Anónimo disse...

Como é que um país com uma actividade sísmica destas, tem nos seus terrenos reactores nucleares?

Carlos Faria disse...

Isso é uma opção política dos japoneses fora do âmbito deste blogue e desconheço a análise de riscos que fizeram quando construíram tais centrais para poder discutir o tema.