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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

VULCÕES DE LAMA 3

Uma das áreas onde existe uma grande quantidade de vulcões de lama é no fundo do mar, sobretudo junto à plataforma continental.
Tal deve-se ao facto desta zona acolher muitos sedimentos, incluindo matéria orgânica, que ficam estratificados e soterrados. Estes estratos podem ter enormes quantidades de gás metano sob a forma de hidrato de gás, onde aquele fica aprisionado em moléculas de água formando uma estrutura sólida que alguns dizem ser gelo que arde, também nesta plataformas encontram-se com frequência depósitos de hidrocarbonetos, basta lembrar as muitas plataformas petrolíferas em torno de vários continentes. Daí a ligação de vulcões de lama a estes potenciais recursos energéticos.
Uma das regiões muito ricas em vulcões de lama e com hidratos de gás situa-se entre o Algarve e Marrocos, conhecida por Golfe de Cádiz, aqui biólogos portugueses, nomeadamente da Universidade de Aveiro, já identificaram também muitas novas espécies de seres vivos específicas deste tipo de ecossistema e existem igualmente investigadores de outras ciências a estudar estas estruturas geológicas.


Assim, à semelhança das chaminés hidrotermais, também os vulcões de lama, com as suas emanações de gases e outras substâncias, estão a ser considerados como locais muito importantes para a biodiversidade do planeta, mostrando ao homem estas estruturas geológicas como suporte de novas formas de vida, mesmo em condições que pareciam não permitir a sobrevivência de seres de qualquer espécie.
As ciências da natureza de facto são uma fonte de surpresas, mesmo para os cientistas de hoje, continuam a deitar por terra verdades científicas do passado e assim evolui o conhecimento do homem.

(continua a série de vulcões de lama)

4 comentários:

Pedrita disse...

atualmente só falam em terremotos. beijos, pedrita

Carlos Faria disse...

É normal que agora só falem disso, estamos perante uma catástrofe humanitária e ainda o mundo nem sabe bem a dimensão da tragédia. como geólogo mas sobretudo como sinistrado dum sismo, temo bem que as coisas ainda vão piorar no Haiti.

João Cunha disse...

Onde estava este blog enquanto estava a estudar vulcanologia?

Muito mais fácil fazer cabulas com copy/paste no word do que transcrever tudo à mão de um livro poeirento :)

Carlos Faria disse...

Pois, é o evoluir dos tempos, mas nessa altura talvez mesmo nem existissem blogues.