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sábado, 28 de abril de 2007

FILÃO DO COSTADO DA NAU

As rochas fundidas em profundidade (magma) encontram-se sobre elevada pressão, pelo que, devido à sua fluidez, penetram forçosamente em todas as fissuras à sua volta, estas podem ser fracturas das rochas ou falhas geológicas e ter direcções e inclinações variadas.
Quando o magma contido nestas fissuras arrefece e solidifica, transforma-se numa camada de rocha, frequentemente distinta da envolvente, a que se chama filão. Estes podem ter pequenas dimensões ou atingir centenas ou milhares de metros, bem como ser de espessura microscópica ou métrica.
Nas regiões vulcânicas os filões são frequentes, mas no Faial não abundam. Todavia, quem vai ao vulcão dos Capelinhos encontra um dos melhores exemplos de filões dos Açores, situado na arriba (a linha de costa abrupta que normalmente circunda as ilhas) do Costado da Nau.
Aqui, um pouco a sul do Farol, um filão de basalto vertical, corta as camadas de cinzas vulcânicas consolidadas (vulgarmente conhecidas por tufo vulcânico) resultante de uma erupção antiga. O filão, por ser mais resistente à erosão do vento e chuva do que o tufo, ficou saliente como um parede de pedra. Infelizmente, a ânsia de ver o vulcão apaga a observação desta interessante estrutura geológica.
Ficam aqui algumas fotos do filão para os visitantes do local não se esquecerem de dar uma vista de olhos a este.
O filão, mesmo à direita do trilho de acesso ao cone do vulcão dos Capelinhos


Dois afloramentos do filão (circundados a vermelho), cujo tempo separou o que já antes foi unido

Pormenor do filão e marcas nas paredes deste feitas quando da sua instalação

As bolhas de ar estiradas verticamente devido à pressão do tufo quando da instalação do filão

3 comentários:

Anónimo disse...

Sabe-se a idade deste filão, pelo que escreve é posterior ao tufo, terá algo que ver com a erupção do vulcão dos Capelinhos?
Outra duvida, é o que acontece quando estes filões chegam á superficie, dá-se uma erupção miniatura (hornito), ou apenas flui. O que acontece ao gás no seu interior, transforma-se ao chegar á "tona" ou mantém a mesma composição, independentemente das variação de pressão?
Não o quero fatigar com tantas questões, mas despertou-me a curiosidade. Aqui em S. Miguel, na zona da Ferraria, voltados para NW avistamos uma arriba cheia de filões mas parece que nenhum emerge. Será que arrefecem de tal modo que forma um tampão, evitando a expulsão da rocha fundida...?
De onde vem esta rocha?

Lc disse...

Fantástico.

Anónimo disse...

Caro Colega, como guia de passeios pedestres na Ilha do Faial, quanto mais poder aprender sobre os locais que visito com os meus turistas, melhor a qualidade dos serviços que presto.
Provavelmente a minha questão vai saber a pouco para alguém tão conheçedor da matéria.
Mas como se explicam as diferentes camadas de matéria que se observam ao longo de algumas zonas do Morro de Castelo Branco e Vulcão dos Capelinhos.