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sábado, 12 de abril de 2014

"O Quarteto de Alexandria" - Romance 4 - "Clea" de Lawrence Durrell


Terminei de ler "Clea", o último dos romances que constituem a tetralogia sobre Alexandria no período anterior e durante a 2.ª Grande Guerra Mundial escrita por Lawrence Durrell . A versão que li encontra-se reunida num único volume editada pela Dom Quixote  que mostro na imagem acima.


À semelhança dos dois primeiros romances, Clea volta a ter como narrador principal Darley: um professor, escritor, espião e diplomata inglês que escreve as suas memórias de Alexandria e do seu círculo de amigos, dominado por estrangeiros cultos e alta sociedade copta na cosmopolita cidade.
Se os anteriores volumes são ângulos diferentes das mesmas personagens e acontecimentos em grande parte sincrónicos antes da guerra, Clea fecha este quarteto já durante e no pós-conflito, permitindo assim neste andamento, justificar, fechar e completar o ciclo iniciado em Justine e prosseguido nos seguintes romances e levar-nos ao resultado final das paixões, traições, amizades e políticas antes relatadas e dar o retrato global da vida daquela urbe egípcia numa época específica e onde Durrell foi diplomata.
Apesar de ser uma espécie de epílogo dos romances anteriores, não deixa de nos dar novos ângulos e de mostrar que cada pessoa é o somatório de personagens, onde cada indivíduo apenas constrói uma das suas facetas mas que se pode desfazer ou alterar-se no tempo à medida que se reúnem os dados vindos aqueles com quem convivemos e conhecedores de dados distintos daqueles da verdade que construímos.
Já no fim deste magnífico quarteto, cujo primeiro volume inicialmente se estranha, e ao investigar este surpreendente escritor, percebi por que na sequência desta tetralogia chegou mesmo a finalista do júri do Nobel em 1962... ano da vitória de Steinbeck.

2 comentários:

Pedrita disse...

nossa, anda animado nas leituras. eu ando com pouco tempo e estou lendo bem devagar o atual que nem é tão extenso assim. que bacana. ja anotei esses livros. interessadíssima. beijos, pedrita

Carlos Faria disse...

O conjunto é de facto uma obra-prima.
Individualmente Mountolive é o romance mais independente de todos, mais diversificado em conteúdo, rico e é o único que se for lido isoladamente menos se perde na compreensão interna, por ter outro narrador(Mountolive) e outra figura central na trama.
Os restantes interligam-se muito e as principais personagens vão evoluindo em carácter multifacetados e a interpretação dos acontecimentos.
Estive numa fase de maior leitura por questões uma pequena cirurgia ter ficado retido em casa vários dias.