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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

POETAS LUSÓFONOS 1 - Brasil

imagem daqui

Vôo

Alheias e nossas as palavras voam.
Bando de borboletas multicores, as palavras voam
Bando azul de andorinhas, bando de gaivotas brancas, as palavras voam.
Viam as palavras como águias imensas.

Como escuros morcegos como negros abutres, as palavras voam.


Oh! alto e baixo em círculos e retas acima de nós, em
redor de nós as palavras voam.

E às vezes pousam.

Cecília Meireles

Série dedicada a todos para quem a sua pátria é a língua portuguesa independente das suas variantes e nacionalidades.

5 comentários:

ematejoca disse...

Aceito e agradeço a dedicação desta poesia a cheirar a primavera, que contrasta com inverno rigoroso deste ano.

Carlos Faria disse...

@ ematejoca
não tinha pensado na primaveira, mas encaixa-se também. Pensara que as palavras portuguesas voaram pelos 4 cantos do mundo e aí pousaram e, como as aves, a lusofonia povoa o mundo.

Anónimo disse...

Cecília que seguramente não concordaria com o estapafúrdio Acordo que alguns iluminados nos querem impôr.

Belo poema, a juntar a muitos outros desta que nos legou.

Abraço.

Carlos Faria disse...

O poema é bonito pelo valor que dá à palavra e o ritmo do mesmo e prova que o Português é de todos os que dominam este idioma.
Sobre o acordo não me pronuncio, até porque ela escreveu provavelmente muitos poemas com ortografia diferente da existente actualmente no Brasil.

MPMurad disse...

belo poema