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segunda-feira, 25 de maio de 2020

"O Amigo Americano" de Patricia Highsmith


Acabei de ler o romance de suspense e crime "O Amigo Americano" da escritora dos EUA: Patrícia Highsmith, famosa pela estrutura original das suas narrativas policiais que são por norma expostas do lado dos criminosos e não dos agentes de investigação e esta obra não é exceção e corresponde à terceira aventura do conjunto de cinco protagonizada por Tom Ripley, um anti-herói amoral, criminoso, apreciador de pintura, música erudita, gastronomia e de gostos sociais caros e bem-parecido que consegue escapar à justiça e aos inimigos.
No presente livro, alguém honesto e com uma doença incurável diz algo menos simpático a Tom, este então decide vingar-se e fazê-lo sofrer, criando um boato sobre o seu estado de saúde para lhe dar ansiedade e propô-lo a um amigo que busca um contratado para um serviço criminoso para o assediar nesse trabalho sujo e troco de dinheiro. Na sequência desta tensão o doente deixa-se tentar num crime contra um capo da máfia, só que quem desperta ódios nesta rede fica alvo de retaliações e Ripley também fica envolvido  numa sequência de tentativas de vinganças, crimes, ocultação de cadáveres e ainda a necessidade de o aniversariante ter de se justificar perante a mulher dos seus atos inexplicáveis, os seus estranhos tratamentos médicos e as suas contas bancárias chorudas e a desconfiança daquele amigo americano de passado duvidoso Tom Ripley.
Bem escrito, cheio de tensão, mas a doença grave faz-nos desenvolver uma simpatia para com o nosso contratado para crimes aconselhado por aquele agradável amigo que atrai o mal à sua volta, mas sai sempre por cima. Gostei, mais uma história de crime e quadrilhas intercalada com momentos com Bach e pintura que sai fora da rotina dos livros deste tipo de suspense

4 comentários:

Pedrita disse...

acho que nunca li nada dela. beijos, pedrita

Carlos Faria disse...

Já li vários, normalmente têm criminosos que nós sabemos desde o início quem são e acompanhamos as suas estratégias para não serem descobertos ou serem inocentados. Raramente esses protagonistas são tão amorais e simpáticos como Tom Ripley, também há vários filmes das obras dela. Penso que o mais célebre é mesmo o filme O Talentoso Mr. Ripley adaptado da obra homónima do primeiro desta série. Os seus livros são obras bem escritas, que demonstram a cultura geral e artística da autora mas sem preocupação de se tornarem tratados de arte literária: Obras de entretenimento policial mas de qualidade acima da mediania que grassa neste género literário.

Kelly Oliveira Barbosa disse...

Não sei bem o motivo, mas até agora não li muitos livros policiais. Talvez não tenha encontrado um autor que me chame atenção. Talvez tente essa.

Abs.

Carlos Faria disse...

Kelly
É um livro que sai das regras do policial, é mais uma visão do lado do criminoso amoral.
Li recentemente um livro policial muito interessante de Joël Dicker e penso que será um autor que pode ser bem mais válido que este.
Há sempre os clássicos de Agatha Christie, do qual destaco "O crime no expresso oriente" por ser para mim a obra do género mais genial e original que conheço.
A vencedora do prémio Nobel de 2018 também tem um policial muito original.