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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

"O Bizarro Incidente do Tempo Roubado" de Rachel Joyce


O fim de 2019 chega com o termo da leitura de mais um romance que por sua vez se encerra na madrugada de um ano novo a brotar flores. Não sei porque a tradutora adotou do original Perfect o título em Portugal de "O Bizarro Incidente do Tempo Roubado" para esta obra escritora inglesa Rachel Joyce. A verdade é que foi este estranho título que me chamou a atenção por me recordar obras da adolescência e depois de verificar que o livro estava com uma grande promoção, a autora já ganhara em 2012 o National Book Award com o seu primeiro romance e as críticas no site eram todas muito favoráveis que me decidi pela compra.
Em 1972 a sociedade astronómica internacional decidiu adicionar dois segundos ao ano para compensar o tempo de atraso da translação da Terra, Byron, um adolescente, teme que nesse momento possam acontecer coisas terríveis, num dia em que a mãe o leva à escola deteta um recuo no ponteiro dos segundos do seu relógio e enquanto chama a atenção para o facto apercebe-se de um acidente, a partir de então foca-se neste facto e com a ajuda do seu amigo inteligentíssimo James elaboram o Plano Perfeito para diagnosticar e corrigir a situação, mas este desencadeará um conjunto de imprevistos na sua família que acabarão em tragédia com reflexos na amizade e na sua vida ao longo de décadas.
Rachel Joyce escreve bem e tem uma excelente capacidade de tecer a narrativa, neste caso entrelaçando capítulos alternados entre o verão de 1972 e uma época de natal já em pleno século XXI e com fins de suspense para manter a tensão. Também não teme em denunciar males da sociedade no relacionamento entre classes sociais e dentro da família de um modo fora do politicamente correta habitual que as linhas da literatura mais recente tendem a seguir ou a impor. É prolixa em pormenores de que fazem estender a estória e retardam o desenlace. Constrói personagens que nos enternecem mesmo nas situações de grande tensão e desespero, enquanto os que nos despertariam um certo ódio estão pouco expostos de modo que será a amizade e o amor os sentimentos fortes no livro. Gostei muito do romance que é de fácil leitura para todos.

Feliz Ano de 2020 e boas leituras.

3 comentários:

Pedrita disse...

ah, não conhecia. muitas leituras em 2020! beijos, pedrita

Carlos Faria disse...

Pois eu também não, não será o livro da minha vida, mas lê-se bem e gostei

Kelly Oliveira Barbosa disse...

Feliz 2020 Carlos!!