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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

"A morte de Ivan Ilitch" de Lev Tolstoi


Não sei se "A morte de Ivan Ilitch" de Lev Tolstói é um grande conto, uma novela ou um pequeno romance, mas é uma excelente narrativa com uma magnífica reflexão sobre a vida que a generalidade das pessoas anseia levar.
No início sabemos da morte de Ivan com a leitura do jornal pelos seus colegas de trabalho no Tribunal e vemos a importunação que o facto provoca nos pretensos amigos, o incómodo de praticar certos atos sociais para o momento e o início da competição para tirar da situação oportunidades de carreira ou vaga para familiares. Depois, vem o enfado de visita fúnebre onde cada um tem uma estratégia para se libertar da situação e, perante o corpo de Ivan entramos na terceira parte do livro: o relato e reflexão na primeira pessoa do que foi a vida do morto, as ambições, as  hipocrisias sociais, os subterfúgios para ascensão na carreira, o pisar os outros até ao declínio final e a chegada do medo da aproximação da morte e a sensação de incómodo e desprezo dos mais próximos.
Ivan descobre no exame à sua vida aquilo que parece comuns a todos os humanos: a aparente subida na vida é uma descida cada vez mais vertiginosa, mas todos à volta caem neste engano e só descobrem isso tarde.
Apesar da hipocrisia social desnudada nas primeiras páginas e da descoberta da ilusão do que foram as conquistas da vida na segunda parte, a obra além de pequena, não é triste e a narrativa é de uma enorme beleza e sensibilidade ou não estivéssemos perante um dos maiores vultos da literatura mundial. Gostei muitíssimo e recomendo a qualquer leitor esta curta obra-prima.

5 comentários:

Kelly Oliveira Barbosa disse...

Olá Carlos, gostei das suas impressões.

Parece muito interessante, vou ler (um dia rs)

Abs.

Pedrita disse...

esse não li. beijos, pedrita

Carlos Faria disse...

Assumo Kelly, mesmo muito bom.

Vale a pena ler Pedrita

Kelly Oliveira Barbosa disse...

Em 14/09/2017 comentei aqui que leria essa obra um dia rsrs.

Esse dia chegou, de fato li, e tive vontade de reler seu post.

Gostei como dizem vocês: imenso! Para mim sem dúvida, um favorito da vida.

Agora posso dizer, concordo contigo em todas essas palavras: "a obra além de pequena, não é triste e a narrativa é de uma enorme beleza e sensibilidade ou não estivéssemos perante um dos maiores vultos da literatura mundial."

Abs.

Carlos Faria disse...

Fico muito contente Kelly que tenha gostado, tudo o que li dele gostei.