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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

"Admirável mundo novo" de Aldous Huxley


"Admirável mundo novo" de Aldous Huxley é um romance sobre um futuro distópico onde as ciências são colocadas não ao serviço da verdade, mas para cimentar uma sociedade estável onde cada indivíduo é sujeito a um condicionamento psicológico desde a sua gestação em cadeia extra-uterina, para não ser afetada por relações sentimentais de laços familiares, bem como através de uma produção programada biofisico-quimicamente que gera seres predestinados a preencher a estrutura da sociedade conformes às necessidade coletivas e adaptados à classe a que se destinam ou tarefas a realizar e ainda mentalmente controlados e educados para se sentirem realizados nesse posto, servindo-lhes ainda alucinógenos sem ressaca para fugirem a qualquer perturbação psicológica, além de uma desinibição sexual para não permitir elos amorosos consistentes, criam-se assim seres acomodados à sua situação sem liberdade de a questionar, embora felizes na sua demência.
Num prefácio de 1946, na celebração da edição dos 20 anos da sua obra, Aldous Huxley escreve os elementos de referência que enquadram o romance: "Um estado totalitário verdadeiramente eficiente será aquele em que o todo-poderoso comité executivo dos chefes políticos e o seu exército de diretores terá o controlo de uma população de escravos que será inútil constranger, porque todos terão amor a sua servidão."
Texto que penso ser claro para descrever o conteúdo  deste Admirável Mundo Novo, em que Deus foi substituído pela criador do trabalho em cadeia Ford e onde Shakespeare (de onde é tirado o nome do romance) é desconhecido por ser pernicioso a estas crianças felizes na sua ignorância, contudo no planeta preservam-se relíquias do passado em reservas onde a realidade também não era perfeita, onde um Selvagem tem como referência cultural principal o autor de Hamlet, mas o contacto viabilizado entre estes dois mundos também não foi positivo. Uma obra-prima intemporal e um clássico no seu género literário.

6 comentários:

Pedrita disse...

eu adorei esse livro e o filme é muito bom tb. beijos, pedrita

Carlos Faria disse...

Penso que há dois filmes e, pelo trailer qur vi no youtube, um deles pelo menos deve ter algo que não consta deste livro, não sei se baseado no outro livro do autor sobre este mesmo mundo

Denise disse...

Um dos livros da minha vida!

Boas leituras Carlos

Pedrita disse...

eu fui olhar os dois e agora não consigo lembrar qual dos dois. mas vi uma adaptação só.

Anónimo disse...

[Luís]Também o Li recentemente Carlos, as mensagens contidas nele são muito marcantes
Fiquei chocado com o caminho dado pelo autor ao final, mas meio que não esperava menos que isso desta sociedade
Vc viu que terá uma adaptação do Spielberg

Veja lá meu post e vê se concorda

Belo post
Luís
Equipe Muito Alem das Aspas


http://muitoalemdasaspas.blogspot.com.br/2015/06/muito-alem-do-admiravel-mundo-novo.html

Carlos Faria disse...

Visitei o blogue e penso continuar a seguir
Na descrição da obra e dos seus aspetos essenciais concordo com o que expôs, no que se refere às conclusões, penso que Huxley não reflete sobre o preço da sociedade ideal, mas sim dos riscos sobre os ideais da sociedade atual: o consumismo como sustentáculo da economia, a fuga da realidade pela droga (embora ele fosse adepto de drogas).
Numa sociedade igualitária o liberalismo sexual quebra as obrigações familiares que criam barreiras à equidade nas relações interpessoais e neste campo a cultura que leva as pessoas a questionar as regras e por isso são perigosas.
Sobre esta distopia Margaret Atwood tem um livro e uma sequela muito interessante, escrita já este século e com base na evolução técnica atual, em Portugal foi traduzido como Oryx e Crake e o segundo O Ano do Dilúvio, recomendo pois verá nestes dois livros muita coisa deste princípios da sociedade ideal cruzada com os vícios da modernidade capitalista.