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segunda-feira, 4 de novembro de 2024

"ABISMO" de Yrsa Sigurdardóttir

 


Procurei na biblioteca um livro policial nórdico para que me despertasse emoções, suspense e fosse apenas uma leitura de lazer para descansar da realidade, fui à descoberta da islandesa Yrsa Sigurdardóttir com este "Abismo" e o objetivo de me cativar e de me interessar foi conseguido.

Uma escola desenvolveu a atividade de enterrar uma garrafa em 2006 com as perspetivas das crianças sobre como seria a vida em 2016. Fim do prazo, ao desenterrar-se a cápsula do tempo, o diretor da escola depara-se com uma carta anónima com referência a uma série de mortes identificadas por iniciais e a ocorrer naquele ano. Avisa a polícia e esta, no princípio, pensou tratar-se de um devaneio, mas em pouco depara-se com vários crimes de extrema violência e o aparecimento de partes de um corpo, as vítimas parecem ligados a um caso que envolve a família do aluno identificado como o autor, só que um apagão informático do processo judicial  torna tudo muito difícil e o polícia Huldar e a psicóloga Freyja de crianças vivem dias difíceis nas suas instituições que dificultam a investigação em torno de algo muito sombrio que une toda esta teia e pessoas do alto da justiça. 

Escrito numa linguagem escorreita e simples, utilizando a técnica de deixar o leitor suspenso em momentos de grande tensão, a obra segue o estilo nórdico, com situações criminosas de violência física extrema sem ser necessário a sua descrição para se as imaginar, intercaladas com momentos da vida pessoal das principais personagens e suas tensões sentimentais, enquanto se suspeita de acontecimentos perturbadores que terão passado várias crianças e seus pais emaranhados num sistema de justiça disfuncional, cujas consequência desembocam vertiginosamente numa série de desgraças em série de ódio justiceiro que não olhou a meios, nem à dor de novas vítimas inocentes até ser descoberto.

Gostei, uma obra detetivesca, cujo suspense vai aumentando e com crimes chocantes de arrepiar sem descrições desnecessárias, pois alimentar a imaginação basta com as pistas deixadas na narrativa. 

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