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terça-feira, 9 de agosto de 2022

Vercoquin e Plâncton de Boris Vian

 

Acabo de ler o primeiro romance do escritor francês Boris Vian, escrito no final da primeira metade do século XX e sua obra de estreia neste género literário: "Vercoquin e Plâncton".

O livro pode ser dividido apenas em 3 partes, apesar de o estar em 4. Na primeira, Major organiza uma festa surpresa em sua casa e jardins onde conhece Zizanie e se apaixona. Ficamos a conhecer numa linguagem mordaz e surrealista o ambiente  eufórico e libertino destas festas com muito álcool e liberdade sexual a romper com todos os costumes e restrições ocorridas durante a guerra em Paris. Na segunda parte, o Major através do seu "Mordomo" tenta pedir a mão de Zizanie ao seu tutor que trabalha numa empresa de criação de burocracia e ficamos a conhecer as peripécias absurdas para o alcançar o noivado, bem como o efeito bola-de-neve e voraz da burocracia e dos funcionários que tentam fugir às suas obrigações. Na última entramos novamente numa festa para o noivado do Major e onde se vão cruzar todas as loucuras e surrealismo de uma forma avassaladora .

Estamos perante uma paródia surrealista e cómica sobre a loucura, os excessos de diversão e os liberalismos dos costumes em que entrou a juventude que se seguiram aos tempos de contenção da segunda grande guerra, terminada poucos anos antes deste romance ser publicado, bem como, uma crítica sarcástica dos exageros e inutilidade de muitos serviços e procedimentos burocráticos impostos pelos sistemas administrativos e a forma como os funcionários e dirigentes contornam os controlos laborais.

Um escritor que se tornou de culto em meados do século XX pela sua originalidade, com diálogos estranhos e situações que retratam a sociedade de uma forma única.

3 comentários:

Pedrita disse...

fiquei muito curiosa e adorei a capa do livro. bejios, pedrita
ah, eu achei que o nome não era estranho. eu vi um filme que gostei muito adaptado de uma de suas obras https://mataharie007.blogspot.com/2015/05/assisti-espuma-dos-dias-2013-de-michel.html
tb ele é mencionado em um livro q gostei muito, à margem esquerda https://mataharie007.blogspot.com/2013/08/a-margem-esquerda.html

Carlos Faria disse...

Efetivamente, Boris Vian também foi músico, pintor, aquele género de grande homem de cultura que domina várias áreas, infelizmente morreu novo, mas foi muito importante na sua época e influente até à década de 1960

Pedrita disse...

carlos, verdade, era uma época q estimulavam muitos talentos. falei de assassino cego no meu blog e mencionei o seu.