As ondas do sismo de 9 de Julho de 1998 provocaram um deslizamento na vertente externa a Noroeste do vulcão da Caldeira do Faial, uma zona constituída por material desagregado resultante de erupções explosivas (cinzas, areias e cascalho de pedra-pomes). Este ocorreu numa faixa com uma largura de 200 a 250 m, percorreu um comprimento que rondou 1400 m e estima-se ter mobilizado cerca de 500.000 metros cúbicos de rocha.
A cicatriz do escorregamento é a escapa na zona central do topo da vertente (clique para ampliar)
Na época uma depressão e uma superfície altamente irregular assinalava o evento. Depois muito material foi arrastado pelas chuvas ao longo da Ribeira Funda, colocando em risco de soterramento as habitações situadas neste vale. Hoje, olhando a foto, este movimento de massas apenas está evidenciado por uma superfície escarpada no topo e por uma mancha acastanhada devido à falta vegetação ainda.
A cicatriz com contorno a vermelho, a área de material mobilizado está desprovida de vegetação
Na mesma zona, até já existem leitos de pequenos riachos, a superfície está suavizada e com um aspecto semelhante à zona envolvente verde, cor que atingirá se não ocorrer outro delizamento a curto prazo. Infelizmente o risco de novos movimentos de massa não terminou, apenas a natureza continua a camuflar, como sempre, os riscos que possui e a vestir-se sempre de uma forma tão bela que muitas vezes torna o homem incauto às catástrofes naturais.
Estudar, identificar os riscos geológicos e depois elaborar planos de prevenção, informação, gestão territorial e emergência são meios de reduzir os riscos geológicos característicos de regiões vulcânicas como nos Açores.
Na nossa Região compete ao
CVARG efectuar os estudos de identificação e caracterização destes riscos geológicos.