Acabei de ler "Campo Pequeno" o meu primeiro livro do português João Pedro Vala, o romance vencedor do prémio literário Wook deste ano: a livraria on-line onde compro a larga maioria dos livros que adquiro e leio. Confesso que foi a curiosidade deste prémio que me levou a encomendar, até porque esta obra venceu o galardão perante a magnífica obra que li imediatamente antes.
Um conjunto de pequenos capítulos, que parecem pequenas bagatelas de escrita criativa, rebuscada e de sabor contemporâneo que vão apresentando numerosas personagens que circulam em torno de um casal, Laura e Heitor, que espera e terá um filho, Tomé, com as suas ansiedades e inseguranças da vida, da ocasião e das vivências diárias comuns e acidentais e com os seus tiques individuais.
Assim, apresenta-se neste livros três gerações dos familiares próximos do casal central da obra, mulheres inseguras, vítimas do machismo, sadomasoquistas, homossexuais, gente comum anónima e até um Gengis Khan local que conduz ao resumo biográfico do histórico e o próprio escritor que entra e intervém na narrativa.
Reconheço que os parágrafos são literariamente ricos, são como bagatelas intrinsecamente belas cujo conjunto compõe uma obra completa, mas resulta numa história sem profundidade, num texto mais feito para agradar críticos e júris literários do que escapar à mediania do panorama literário de muitas obras editadas presentemente que depois de lidas caem com o tempo no esquecimento.