"Gaibéus", o nome que chamavam aos trabalhadores à jorna que se dirigiam em rancho para o Ribatejo na época ceifa do arroz, de Alves Redol é reconhecido como o romance pioneiro do estilo literário do neorrealismo em Portugal em 1939.
A obra retrata o sofrimento dos jornaleiros rurais e, mais de que expor uma luta de classes, mostra a submissão e as dores a que é capaz de se sujeitar quem não concebe outro modo de ganhar o seu pão. Não que no seio do grupo não haja consciência da exploração: há quem silenciosamente se sinta revoltado, há quem sonhe com alternativas de emigração, há mulheres que se rendem ao assédio dos patrões e se sentem manchadas sem possibilidade de fuga e há doentes que recusam o facto a troco de uma moeda e até há os que se sentem um pouco superiores por se situarem mais acima na hierarquia dos explorados, sem verem que apenas são instrumentos da perpetuação dessa servidão.
O romance, que utiliza intensamente o vocabulário popular e típico desta atividade, não tem protagonistas que se destaquem na história. Tem várias personagens cujos problemas e sonhos se vão desenrolando nos dias da ceifa e mostram as várias faces desta exploração sem direitos, mas onde é evidenciado que são seres humanos, que pensam na sua sorte e sofrem, mas sem perspetivas de futuro ou organização coletiva para enfrentar o problema. e como tal vítimas de um sistema social injusto.
A obra retrata o sofrimento dos jornaleiros rurais e, mais de que expor uma luta de classes, mostra a submissão e as dores a que é capaz de se sujeitar quem não concebe outro modo de ganhar o seu pão. Não que no seio do grupo não haja consciência da exploração: há quem silenciosamente se sinta revoltado, há quem sonhe com alternativas de emigração, há mulheres que se rendem ao assédio dos patrões e se sentem manchadas sem possibilidade de fuga e há doentes que recusam o facto a troco de uma moeda e até há os que se sentem um pouco superiores por se situarem mais acima na hierarquia dos explorados, sem verem que apenas são instrumentos da perpetuação dessa servidão.
O romance, que utiliza intensamente o vocabulário popular e típico desta atividade, não tem protagonistas que se destaquem na história. Tem várias personagens cujos problemas e sonhos se vão desenrolando nos dias da ceifa e mostram as várias faces desta exploração sem direitos, mas onde é evidenciado que são seres humanos, que pensam na sua sorte e sofrem, mas sem perspetivas de futuro ou organização coletiva para enfrentar o problema. e como tal vítimas de um sistema social injusto.