Não sei se "A morte de Ivan Ilitch" de Lev Tolstói é um grande conto, uma novela ou um pequeno romance, mas é uma excelente narrativa com uma magnífica reflexão sobre a vida que a generalidade das pessoas anseia levar.
No início sabemos da morte de Ivan com a leitura do jornal pelos seus colegas de trabalho no Tribunal e vemos a importunação que o facto provoca nos pretensos amigos, o incómodo de praticar certos atos sociais para o momento e o início da competição para tirar da situação oportunidades de carreira ou vaga para familiares. Depois, vem o enfado de visita fúnebre onde cada um tem uma estratégia para se libertar da situação e, perante o corpo de Ivan entramos na terceira parte do livro: o relato e reflexão na primeira pessoa do que foi a vida do morto, as ambições, as hipocrisias sociais, os subterfúgios para ascensão na carreira, o pisar os outros até ao declínio final e a chegada do medo da aproximação da morte e a sensação de incómodo e desprezo dos mais próximos.
Ivan descobre no exame à sua vida aquilo que parece comuns a todos os humanos: a aparente subida na vida é uma descida cada vez mais vertiginosa, mas todos à volta caem neste engano e só descobrem isso tarde.
Apesar da hipocrisia social desnudada nas primeiras páginas e da descoberta da ilusão do que foram as conquistas da vida na segunda parte, a obra além de pequena, não é triste e a narrativa é de uma enorme beleza e sensibilidade ou não estivéssemos perante um dos maiores vultos da literatura mundial. Gostei muitíssimo e recomendo a qualquer leitor esta curta obra-prima.
5 comentários:
Olá Carlos, gostei das suas impressões.
Parece muito interessante, vou ler (um dia rs)
Abs.
esse não li. beijos, pedrita
Assumo Kelly, mesmo muito bom.
Vale a pena ler Pedrita
Em 14/09/2017 comentei aqui que leria essa obra um dia rsrs.
Esse dia chegou, de fato li, e tive vontade de reler seu post.
Gostei como dizem vocês: imenso! Para mim sem dúvida, um favorito da vida.
Agora posso dizer, concordo contigo em todas essas palavras: "a obra além de pequena, não é triste e a narrativa é de uma enorme beleza e sensibilidade ou não estivéssemos perante um dos maiores vultos da literatura mundial."
Abs.
Fico muito contente Kelly que tenha gostado, tudo o que li dele gostei.
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