O segundo volume da tetralogia "A Amiga Genial", agora intitulado: "História do Novo Nome", de Elena Ferrante, vem numa sequência perfeita do final do primeiro romance, que narra o nascimento e fortalecimento de uma amizade desde a infância escolar até à adolescência dos protagonistas exposta de forma integrada na vida social de um bairro pobre de Nápoles, terminando o anterior na mesma cerimónia de casamento que dá início ao presente livro que estende a estória destas relações e percursos individuais até ao final dos estudos da narradora, quando esta irá passa a ser uma jovem pronta para uma vida independente.
Tal como já dera a entender, a escrita é muito agradável e de fácil leitura, sendo que a trama se aproxima do desenrolar de uma telenovela popular, só que a escritora faz na obra análises individuais que permitem criar personagens complexas, cheias de virtudes e defeitos, expor as dificuldades de quem vive em meios sociais pobres, falar das barreiras que têm de se ultrapassar para uma integração num estrato cultural e económico mais elevado, incluindo os complexos de inferioridade de origens, e ainda mostrar a corrupção, vícios políticos e preconceitos que minam a vida dos cidadãos em Nápoles, sem esquecer as principais lutas ideológicas que marcaram a juventude na década de 1960.
Esta reunião de aspetos permite que se crie um romance acessível e fácil a leitores pouco atraídos para escritas e enredos complexos, que se limitem a estórias de paixões e ódios, mas sem deixar de interessar a apreciadores de obras mais profundas pela riqueza de informações e o pormenor com intervenientes, intensamente caracterizados e detentores de fortes em personalidade com potencialidades de serem referências na literatura.
Elena Ferrante, despe-se de preconceitos, faz uma obra realista nos aspetos públicos e pormenores da vida privada e íntima das suas personagens, sem apagar experiências marcantes da juventude associadas à descoberta e entrada na vida sexual ativa. Continuo a gostar muito da obra e a recomendar a qualquer leitor, sabendo que por questões de moral podem existir divergências do exposto no livro em termos de ideias e atos. Para já a avançar no terceiro volume desta narrativa.
4 comentários:
linda capa. nossa, vc já no segundo e eu não li nada ainda da autora. beijos, pedrita
Como tem uma escrita muito fácil e a trama também não é complexa, lê-se muito bem, o mais interessante é apreciar as reflexões sociais e políticas da narradora em torno dos factos que parecem de novela.
Terminei ontem o terceiro volume. Achei ainda melhor que o segundo.
De momento estou a gostar muito... mas ainda é cedo
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