Páginas

quinta-feira, 2 de abril de 2009

MORRO DAS CAPELAS

No post de 9 de Março último "Erupções surtsianas pré-povoamento dos Açores" listei quase todos os edifícios vulcânicos açorianos deste tipo existentes nas várias ilhas do arquipélago e formados antes dos lusitanos para cá virem habitar, tendo então referido que tinha conhecimento de que o Morro das Capelas pertencia a este conjunto, mas que não tinha qualquer foto do mesmo.
O Morro das Capelas (Foto: Cláudio Almeida)

O bloguer Cláudio Almeida imediatamente se disponibilizou a recolher algumas imagens da referida estrutura, as quais foram-me enviadas esta semana e confirmam que se está perante um edifício vulcânico formado a partir de uma erupção submarina do tipo surtsiano.
Pormenor do tufo vulcânico do Morro das Capelas (Foto: Cláudio Almeida)

Assim, embora na forma do morro já não seja muito evidente o aspecto de cone vulcânico, ao olhar-se em pormenor as rochas que o formam, logo se verifica que a sua estrutura finamente estratificada e a cor típica da cinza vulcânica de uma erupção submarina, devido à formação de um mineral chamado palagonite é característica de uma erupção submarina surtsiana.
Estratificação e cor comum deste tipo de tufo nos Açores, por vezes designado por hialopiroclastito (Foto: Cláudio Almeida)

Igualmente esta estratificação cruzada em várias direcções e alinhamentos que os interceptam são visíveis nas fotografias do Costado da Nau no Faial e do Morro Grande em São Jorge e cujos grãos já se cimentaram devido ao longo do tempo em que estas rochas de formaram.
Assim, embora pareça muito diferente, o morro das Capelas teve uma origem semelhante à do vulcão dos Capelinhos com um estilo eruptivo muito bem ilustrado no vídeo da erupção submarina de Toba.

Ao Cláudio Almeida fica aqui o meu obrigado pela colaboração prestada ao blog Geocrusoe. Este continua aberto a outras colaborações, que entretanto já comecei a receber e tenham cabimento com o estilo deste espaço da blogosfera açoriana: ciências da terra, cultura e divulgação das nossas ilhas.

2 comentários:

ematejoca disse...

Umas magníficas fotografias a completar este texto excelente.

Também não conhecia "Leaves of Glass" by Philip Ridley. Copiei do programa para o "ematejoca azul" alguns dados sobre este drama de 2007.
Não costumo escrever no "ematejoca azul" quando vou ao teatro, mas desta vez foi uma noite de teatro muito especial.

Boa noite!

Carlos Faria disse...

o texto é meramente explicativo... talvez um dia conheça a obra em causa.