Não acabei de ler, nem recomendo esta história que dizem ser um romance e escrita por Jonathan Littell. Americano que escreve em francês e vive em Espanha.
Conheci este escritor de uma das obras mais marcantes que li nos últimos 20 anos "As Benevolentes", cuja leitura foi anterior a este blogue com textos sobre livros e por isso não consta de Geocrusoe. Apesar de "As Benevolentes ser uma obra negra com algumas cenas chocantes do holocausto judeu, de batalhas na II Grande Guerra e ainda, poucas, descrições rápidas de sexo homossexual, é um romance excecional sobre a sobrevivência de uma personagem alemã perversa em plena guerra que gostei muito pela escrita e pela estória, apesar de muito longo, mais de 1000 páginas em letra miúda.
Infelizmente, ao ver após vários anos um novo romance de Littell e apesar de no verso da capa falar de a obra vir na linha de Sade, decidi comprar de imediato, mas confesso que não estava à espera de encontrar um romance pornográfico disfarçado de obra de arte, pois para mim é isso o livro.
Uma personagem, como que a sonhar, sai no início de cada capítulo de uma piscina e entra num corredor escuro que dá para uma série de 4 ou 5 quartos, sendo que em cada nesta série ele ora é um homem marido e pai, um cliente de prostituta, um homossexual debochado, um prostituto, ora no seguinte é mulher esposa e mãe, prostituta, talvez lésbica e assim ao longo de sete capítulos vão-se repetindo com variantes os mesmos enquadramentos e sequências dos capítulos anteriores terminando cada um com um quarto que dá para um ambiente de guerra violenta. Apenas concluí a leitura até ao segundo, mas folheando conclui que o esquema seria sempre o mesmo até ao fim... desisti!
Confesso, gostei do estilo de escrita... a descrição do evoluir do percurso do protagonista "mutante" de personalidade e género, onde tudo parece um sonho é interessante, mas a história mais não é que uma simples série de cenas de sexo explícito com variantes entre os diferentes capítulos, o que dá para descrever todos os estilos e preferências de atos sexuais e não é pela boa prosa e referências a Mozart que para mim isto se torna numa obra de arte, fui enganado por não ter sido cauteloso e comprei uma obra pornográfica pretensiosa disfarçada de literatura.
Cada um é livre de ler o que quer, não sou censor... inclusive deste livro, mas se ler este post já não sai enganado do que vai encontrar nas várias centenas de páginas que o compõe como eu fui.
2 comentários:
nossa, q triste. eu quero ler muito benevolentes. vi uma peça com esse texto e achei incrível. como um autor pode ser tão díspar. realmente o ser humano tem muitas facetas. falei de livro no meu blog tb. beijos, pedrita
As benevolentes continuo a recomendar, um livro fortíssimo mas muito bom.
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