Excertos
« ...os androides equipados com a nova unidade cerebral Nexus-6 tinham, numa perspetiva grosseira, pragmática e eficiente, evoluído para além de um maior - mas inferior - segmento da humanidade. Para o melhor ou para o pior. O servo tinha-se, em alguns casos, tornado mais inteligente que o seu senhor.»
« Terás de fazer coisas erradas onde quer que vás... É a condição básica da vida, teres de violar a tua própria identidade. Em determinada altura, todas as criaturas que vivem devem fazê-lo. É a sombra final, a derrota da criação; esta é a maldição em funcionamento...»
Poucos parecem saber que o primeiro filme "Blade Runner" se baseia no livro "Será que os androides sonham com ovelhas elétricas?" escrito pelo americano, famoso pelas suas obras de reflexão e humor negro em ficção científica, Philip K. Dick, várias das quais adaptadas ao cinema.
Após uma guerra o planeta está contaminado, a maioria das espécies extintas e a humanidade vive só em certas cidades sob alertas de radioatividade e com certas máquinas de controlo psicológico que cria uma nova religião social, mas o desejo mais comum das pessoas é ter animais domésticos reais face à oferta de cópias elétricas. Há colónias no sistema solar onde foram fabricados androides servis, que com a evolução são cada vez mais indistintos dos humanos, até que alguns nos ultrapassam, querem viver em liberdade, desejam estabelecer-se na Terra, aonde estão interditos e para onde fogem. Surge assim a profissão liberal de caçadores de androides remunerada por prémios de captura. Os Nexus-6, topo de gama na inteligência, dão luta, surge a possibilidade sentimental entre pessoas e máquinas e assim se desenrola nesta sociedade distópica o trabalho policial de Rick em São Francisco com reflexões morais e éticas entre tecnologia e o seu controlo.
A obra original é mais abrangente que a adaptação cinematográfica, esta limita-se ao essencial da caça, embora várias das questões do livro tenham sido transpostas para o filme. O romance, além de bem escrito, é mais profundo nas reflexões e não se limita a mostrar a questão dos sentimentos nos androides, pois mostra o vazio nas pessoas no mundo contemporâneo. Tendo sido publicado em 1968 o futuro imaginado evoluiu diferentemente nalgumas situações do que o imaginado na obra, pelo que há um desfasamento na visão do futuro tecnológico, mesmo sendo claro que se estaria na última década do século XX, pode-se sempre transpô-la para um futuro posterior ao nosso presente.
Gostei muito do livro que é de fácil leitura, mas já me encantara com Blade Runner, obras diferentes e ambas geniais no seu género de ficção-científica, distópica e levantando questões de ética e moral.
Após uma guerra o planeta está contaminado, a maioria das espécies extintas e a humanidade vive só em certas cidades sob alertas de radioatividade e com certas máquinas de controlo psicológico que cria uma nova religião social, mas o desejo mais comum das pessoas é ter animais domésticos reais face à oferta de cópias elétricas. Há colónias no sistema solar onde foram fabricados androides servis, que com a evolução são cada vez mais indistintos dos humanos, até que alguns nos ultrapassam, querem viver em liberdade, desejam estabelecer-se na Terra, aonde estão interditos e para onde fogem. Surge assim a profissão liberal de caçadores de androides remunerada por prémios de captura. Os Nexus-6, topo de gama na inteligência, dão luta, surge a possibilidade sentimental entre pessoas e máquinas e assim se desenrola nesta sociedade distópica o trabalho policial de Rick em São Francisco com reflexões morais e éticas entre tecnologia e o seu controlo.
A obra original é mais abrangente que a adaptação cinematográfica, esta limita-se ao essencial da caça, embora várias das questões do livro tenham sido transpostas para o filme. O romance, além de bem escrito, é mais profundo nas reflexões e não se limita a mostrar a questão dos sentimentos nos androides, pois mostra o vazio nas pessoas no mundo contemporâneo. Tendo sido publicado em 1968 o futuro imaginado evoluiu diferentemente nalgumas situações do que o imaginado na obra, pelo que há um desfasamento na visão do futuro tecnológico, mesmo sendo claro que se estaria na última década do século XX, pode-se sempre transpô-la para um futuro posterior ao nosso presente.
Gostei muito do livro que é de fácil leitura, mas já me encantara com Blade Runner, obras diferentes e ambas geniais no seu género de ficção-científica, distópica e levantando questões de ética e moral.
4 comentários:
eu estou então entre os muitos que não sabem. fiquei curiosa. eu acho engraçado q eu amo ficção científica no cinema e pouco leio sobre o tema. beijos, pedrita
Do mesmo escritor e também com um excelente filme adaptado que levanta questões entre a tecnologia a ética e a moral temos "O Relatório Minoritário", penso ser este conflito uma das principais temáticas das suas obras na fase mais adulta.
Obrigada por compartilhar essa dica. Eu quero ler porque eu o vi o filme desse livro e devo diser que é um dos mais interessantes do gênero que eu já vi. Mais que filme de ficção, esse é um filme de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. Vale muito à pena. Faz pouco eu também vi a sequela, Blade Runner 2049 é um dos melhores de Denis Villeneuve. Se alguém ainda não viu, eu recomendo amplamente. É uma historia cheia de incríveis personagens e cenas excelentes. Cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção.
Penso que o Blade Runner tem mais suspense que o livro, até porque parte do que iria acontecer já eu sabia quando li, além de que o romance não conta uma história que se leia em menos de duas horas como a narrada no cinema, tem tempo para levantar questões e nos pôr a pensar e ainda desenvolve outros assuntos como a extinção em massa dos animais e a falta que estes fazem às pessoas.
Ainda não vi a sequela, mas gostaria de ver.
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