"Nora Webster", apesar de ser o romance mais recente Colm Tóibín foi o meu livro de estreia neste escritor atual da Irlanda, o qual já ganhou vários prémios literários e teve uma obra adaptada ao cinema.
Nora Webster narra a luta pela sobrevivência no dia a dia da homónima protagonista após a morte do seu marido, um professor conservador católico, à sombra de quem ela se habituara a viver, ficando então com cerca de 40 anos e 4 filhos, desde a idade do ensino básico até ao universitário, a seu cargo, passando então a enfrentar dificuldades financeiras, necessidade de compreender a psicologia variada dos seus descendentes e com personalidades, gostos e maturidades bem distintas, enquanto se adaptava à nova situação numa pequena cidade da República num período de tensão política com a violência na Irlanda do Norte e reivindicações laborais na parte independente da ilha que se deduz ser nos anos 1960/70.
Colm Tóibín mostra que é possível tornar cativante um romance escrito de uma forma límpida e quase sem floreados estilíticos sobre a vida de uma mulher comum, numa terra provinciana banal, sem ocorrência de grandes acontecimentos sociais e mesmo com tanta simplicidade prende o leitor.
Ao longo de todo o romance vamos conhecendo devagar os pensamentos, as recordações, os receios, os passatempos/fugas da vida de Nora e as suas pequenas decisões diárias desta viúva que são os passos para a sua emancipação forçada, bem como os problemas e a solidariedade da família alargada, dos amigos e da influência católica que permitem que ela não colapse perante os novos desafios que enfrenta.
Talvez o mais original neste romance seja o facto de a protagonista não deixar de ser uma mulher comum que na sua intimidade apenas luta para ultrapassar as suas fragilidades, mas que a sentimos como uma heroína, permitindo elevar a tal categoria uma pessoa comum que poderia ser a nossa vizinha onde parece que nada de especial se destaca mas onde um grande drama se desenrola e se vence. Gostei e recomendo.
Talvez o mais original neste romance seja o facto de a protagonista não deixar de ser uma mulher comum que na sua intimidade apenas luta para ultrapassar as suas fragilidades, mas que a sentimos como uma heroína, permitindo elevar a tal categoria uma pessoa comum que poderia ser a nossa vizinha onde parece que nada de especial se destaca mas onde um grande drama se desenrola e se vence. Gostei e recomendo.
5 comentários:
Não conhecia esse autor, gostei dos comentários. As grandes heroínas de fato são as pessoas comuns...
Penso que era capaz de gostar deste livro, até porque mostra o papel pacificador da igreja em cidadão comuns, apesar do problema no norte da Irlanda.
confesso que nunca pensei em ler essa autora. beijos, pedrita
Não é uma autora, Nora Webster é a protagonista do romance, o escritor é Colm Tóibín
ah, que bacana. obrigada por me lembrar. eu fiquei muito interessada depois de ver o filme.
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