Uma coletânea de 10 contos do escritor japonês Yukio Mishima sendo "Morte no Verão" o de entrada da série contida neste livro, todos mostram dramas psicológicos mais ou menos intensos da vida dos seus protagonistas sobre a luta pela sobrevivência face à perda de entes amados, à obtenção de rendimentos, aos medos pessoais ou a forma de resolver as questões de honra tradicional, do amor e da amizade, brilhantemente escritos com numa rica linguagem onde muitas vezes fluem reflexões do interior das personagens resultantes dos efeitos da observação ou dos acontecimentos do mundo exterior dentro do pensamento e consciência das pessoas. Um deles é apresentado sob a forma de uma pequena peça de teatro.
Por vezes somos chocados pelo desenlace da narrativa, outras vivemos o drama interno das personagens, havendo mesmo alguns como que um jogo de espelhos das relações entre estas, que no conjunto mostram a cultura japonesa ou algumas das diferenças de mentalidade face ao ocidente, como o que narra um suicídio por honra ou as memórias e orações de gueixas num fundo muito distinto do que se teria no hemisfério judaicocristão.
Pessoalmente gostei de todas as histórias, umas mais do que de outras, mas todos elas me cativaram desde o início sem deixar de transparecer uma calma do desenrolar das histórias mesmo nos casos mais dramáticos, Gostei e recomendo a quem gosta do género contos e de conhecer outras culturas.
5 comentários:
Mishima é dos escritores japoneses de que mais gosto.
Não escreveu apenas contos, e fora desse género recomendo vivamente "O templo dourado" e a tetralogia (não editada em português, salvo erro).
Eu sabia da existência de romances dele, de qualquer forma estes contos foram uma boa iniciação para ficar motivado para os romances.
Quanto à sua leitura de momento (Martel), deixo-lhe um link para um post do blog malomil, referente às gaffes na edição original.
http://malomil.blogspot.fi/2016/06/yao-martelao.html
Costumo ler romancistas Canadianos no original, vamos a ver no que irá dar.
deve ser fantástico. realmente vc ia amar o livro águas do alto tietê, mas eu acabei não comprando, época difícil econômica aqui no brasil. beijos, pedrita
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