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quinta-feira, 29 de maio de 2014

"Nação Crioula" de José Eduardo Agualusa


Escrito em estilo epistolar, o romance baseia-se em alguns factos reais, como o navio negreiro Nação Crioula, intercalados com acontecimentos de ficção.
A obra está estruturada como um conjunto de cartas de Fradique Mendes (personagem fictícia mantida por vários escritores do século XIX em artigos de jornais na sua época em Lisboa) entregues a Eça de Queirós e nas quais se relata a paixão do protagonista por Ana Olímpia (destinatária de várias missivas) e sua vida social em Luanda, se descreve o tipo de relações comerciais entre esta colónia e o Pernambuco no Brasil, bem como as contendas entre escravocratas, abolicionistas, negreiros e tensões para o fim desta exploração de mão de obra por parte de várias nações europeias.
José Eduardo Agualusa aproveita assim para expor numa escrita muito linear e epistolar os dilemas do fim da escravatura, vários preconceitos e desumanidades que modelavam a vivência de Luanda, Brasil, Portugal e perspetivas filosóficas, religiosas e políticas em confronto no império português com as visões e ideias vindas do norte da Europa, bem como alguns aspetos do comportamento dos africanos. O livro lê-se muito bem, gostei muito, tem uma escrita acessível e recomendo a qualquer  tipo de leitor.

5 comentários:

Pedrita disse...

eu li uma obra desse autor e gostei muito. a narrativa desse me deixou muito curiosa. vou atrás. agualusa acaba de lançar a rainha ginga. estou na torcida para conseguir achar. a capa de rainha guinga é belíssima. beijos, pedrita

Carlos Faria disse...

"A rainha Ginga" será lançado em Lisboa no próximo dia 6 com Mia Couto como apresentador, a capa é muito bonita, não se se igual à DO Brasil, uma negra num fundo verde água com um chapéu que em parte me faz lembrar a Carmen Miranda, mas penso que com flores.

Os Incansáveis disse...

Coloquei na minha lista de "a Ler" (que está ENORME!)
Denise

Os Incansáveis disse...

Coloquei na minha lista "A Ler" (que está ENORME!)
Denise

Carlos Faria disse...

e fez muito bem... é pequenino, interessante, por isso lê-se rapidamente.