Primeiro esclareço que como Canadiano de nascimento e amante de literatura, não só conheço razoavelmente bem a obra de Alice Munro, como desejava há muito que a mesma ganhasse o Prémio Nobel da Literatura e para mim soube da atribuição do galardão a esta contista com a mesma alegria com que soube há quinze anos da atribuição a José Saramago.
Uma escritora do sudoeste de Ontário, os seus livros são na generalidade contos com uma escrita feminina que retratam tensões familiares ou sociais dentro de pequenas comunidades rurais da sua área natal, onde muitas vezes a subserviência forçada do protagonista do conto – frequentemente fragilizado por problema ou deficiência pessoal, convenções sociais ou um comportamento obsessivo de alguem – leva a um desfecho mais ou menos previsível na tentativa de libertação individual.
Os dois livros de Alice Munro e já traduzidos que mais me marcaram foram “O amor de uma boa mulher” que se enquadra no género acima descrito, e a “A vista de Castle Rock” que falei aqui há já mais três anos, bem diferente, é sobretudo a história da sua família desde a Escócia no século XIX até à vida adulta de Alice Laidlaw de solteira em meados do século XX até ao seu primeiro casamento em que se passou a denominar Alice Munro.
Há poucos anos quase desconhecida em Portugal, nos últimos tem aparecido com maior regularidade traduções das obras de Alice Munro pela editora Relógio d'Água, sinal de que a qualidade desta magnífica contista Canadiana está a penetrar nos leitores Portugueses e seguramente muitos mais agora vão descobri-la e verão que vale a pena.
Mais uma vez Parabéns Alice Munro!
2 comentários:
nossa, não li nada dela. anotado. beijos, pedrita
Uma excelente contista... muito feminina e quase vizinha da minha cidade natal pelo que compreendo muito das suas descrições territoriais, pois nasci mesmo no centro do sudoeste de Ontario
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