Nos tempos passados e de dificuldade económica, os botes baleeiros eram equipamentos de trabalho imprescindíveis ao ganha pão de muitos, que arriscavam as suas vidas nestes barcos de pequena dimensão para caçar baleia e assim conseguir sustentar as suas famílias ou dar-lhes um pouco mais de bem-estar.
Apesar dos riscos, os botes baleeiros eram então o orgulho de muitas companhias, onde os construtores dos botes punham toda a sua arte e saber para que o seu barco fosse o mais veloz, o mais eficiente e o mais elegante ao sulcar as águas e assim rivalizar e ultrapassar as qualidades dos barcos concorrentes, para deste modo conseguir arpoar o maior número de baleias para o sustento deste homens de coragem.
Hoje, os botes baleeiros continuam a atrair os mais novos, estes já não arpoam nenhum cachalote, já ninguém tira daqui qualquer sustento, estas peças são sim um equipamentos de desporto, uma fonte de prazer nas lutas desenvolvidas em regatas, um instrumento para preservar memórias de outros tempos, mas onde muitos ainda mantém viva as rivalidades antigas e o orgulho nos seus barcos... tal como antigamente.
Fotos dos momentos de partida dos botes baleeiros do Faial para participarem numa regata na vizinha ilha do Pico.
(clique para ampliar as imagens)
19 comentários:
Esses cascos são, em minha opinião, o máximo da elegância. São de uma enorme beleza independentemente do ângulo que os observamos.
Adorei ver a regata de botes baleeiros nas festas das Lajes do Pico. Embarcações magnificas. :)
Belas embarcações:)
ao Rogério
Concordo, fico sempre deslumbrado com estes botes, com as movimentações à sua volta e com as velas desfraldadas nas regatas.
ao joão cunha
no dia das fotos iam para São Mateus no Pico, embora eu fosse então para as Lajes do Pico.
ao tibério
subscrevo e sempre me comoveram e sou recentemente soube que era bisneto de baleeiro, talvez tenha herdado algum gene para esta admiração.
geocrusoe: acabo de ir ver o teu blog. Como sou amante da Natureza, fascinou-me o teu perfil. Infelizmente, nunca estive nos AÇORES, mas vejo através de documentários que estás no PARAÍSO...Se me permitires, vou vendo o teu blog para apreender melhor as tuas mensagens.
ABRAÇO de LUSIBERO
Estas fotografias até cheiram a mar e aventura ...
à Maria Ribeiro
Vejo que partilhamos alguns gostos comuns: literaturam cinema, música e viagens. Estou em vantagem por conhecer Aveiro, cidade que gosto muito.
Apareça sempre, é bem vinda, eu irei também visitar o Lusibero.
ao Fernando Vasconcelos
falta-lhes o bulício dos preparativos e a excitação para a prova... mas é o que se pode com imagens paradas.
Belos cascos. Embarcações de bom gosto.
Abraço,
Murad
adorei as fotos. beijos, pedrita
Consideradas (ainda) as embarcações mais belas do mundo - estas canoa baleeiras - que, vindas dos EUA, foram sendo adaptadas em desenho e forma aos mares açorianos, caracterizando-a como a mais rápida e silenciosa.
Pena esta "consciência" ñ se ter mantido e se ter perdido tanta embarcação.
Vá lá que ainda recuperaram uma substancial quantidade de canoas.
Pena e lamentavelmente ñ ter havido a mesma postura para os "barcos do canal" que apodrecem - vergonhosamente - no cais da Madalena! Até qd!
ao MPMurad
dessa matéria você é um entendido, por isso se disse "embarcações de bom gosto" é porque é mesmo verdade. Eu fico feliz por isso.
à pedrita
mas no porto era ainda mais fantástico.
ao periquito
tenhamos esperança que o alerta lançado sobre os navios do canal seja ouvido por quem pode fazer algo em favor dessa justa causa.
Realmente quem vê estes botes consegue compreender a coragem e dureza dos homens dos Açores.
São embarcações muito elegantes, como já se disse aqui, mas, acima de tudo, complexas obras de enginharia, desenhadas e adaptadas ao longo do tempo para suportar os mares tempestuosos dos Açores com uma graciosidade que impressiona bastante.
Quanto aos barcos do canal, realmente é uma pena. Não sou descendente de baleeiros, mas sou neto de um mestre das lanchas do Canal, o Manuel "da Zulmira", e fico muito triste ao ver a Espalamaca, Calheta e o Picaroto a apodrecerem no estaleiro da Madalena.
ao valter
Afinal não há açoriano que não tenha um ascendente ligado ao mar...
Contudo, acredito que se houver vontade suficientemente forte de cidadãos, criar-se-á rapidamente dinâmicas que conduzirão a que termine esse triste espectáculo que nós povos do canal conhecemos tão bem.
Não sei se sabem, mas as canoas americanas eram mais pequenas e tinham apenas cinco remos e um oficial que contrabalhançava a embarcação com o "remo de esparel".No Pico(Lajes) foram adaptadas e passaram a ter seis remadores (6 remos) e um oficial, por isso é que a "companha" é constituida por 7 pessoas.
SM+
ao SM+
Por acaso não sabia e agradeço a informação aqui disponibilizada. obrigado
O barco baleeiro dos açores é o mais seguro que existe no mundo até hoje.Tenho um feito por Portugueses em Sta,Catarina no Brasil,moro em Cabo-Frio no Estado do Rio,uso um motor de 39 Hp,diesel e já peguei os mares mais revoltos possiveis em minha região.Este barco não navega,ele faz carinho na agua do mar,só podia ser construção de voçes Portugueses,os maiores e mais desasombrados navegadores do mundo.Breve vou conheçer este belo País e seu povo,principalmente os açoreanos em sua vida de grande intimidade com as coisas do Reino de Netuno,já por muitos séculos.A voçes Portugueses meu abraço e minha admiração eterna.
Obrigado pelos elogios e informações sobre a estabilidade destes barcos.
Espero que continue a gostar de Portugal quando cá passar.
Amigo,trago-lhe boas noticias,meu bote baleeiro,está em plena reforma,vai receber uma targa,luzes de navegação com leds,um motor novo,um pequeno conforto de um forno de micro ondas,Gps e uma sonda para pesca de aguas profundas.Tenha certeza que assim que esta joia voltar ao mar imediatamente lhe remeterei as fotos do antes e depois.Por agora despeço-me e sempre agradeçendo a Deus e aos portugueses a construção de um barco tão fantástico!
É de facto uma boa notícia, quando me enviar fotos agradecia que desse autorização para eu as puder publicar aqui num post a mostrar as ramificações da cultura baleeira aí em Cabo Frio.
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