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quinta-feira, 12 de março de 2009

RUÍNAS: sortes diferentes

As ruínas podem manter-se para memória futura, ser aproveitadas ou não para bem de todos, eis três exemplos que não tiveram sempre o mesmo destino.

Ruínas do Convento do Carmo em Lisboa, fortemente danificado com o sismo de 1 de Novembro de 1755, não foi reconstruído, mas o imóvel foi requalificado e intervencionado para acolher um museu arqueológico, é hoje um espaço seguro com eventos culturais e de atracção turística da capital de Portugal.

Farol da Ribeirinha no Faial, fortemente danificado pelo sismo de 9 de Julho de 1998, não se encara a sua consolidação, vedado para segurança dos visitantes, muitas vezes turistas, que continuam a ser atraídos pela beleza da zona e a forte presença do edifício na paisagem.

Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche em Berlim, fortemente danificada em 1943 pelos bombardeamentos da II Guerra Mundial, efectuou-se a limpeza das áreas totalmente destruídas, intervenção de consolidação da torre para acolhimento do Salão do Memorial e criação de condições de segurança. Foi edificada uma nova sineira e uma igreja nos espaços deixado vagos e de arquitectura moderna arrojada. Um importante ponto de atracção turística da capital Alemã.

7 comentários:

A ilha dentro de mim disse...

As ruínas são também pedaços da nossa história. Visitar esse Farol da Ribeirinha é quase como que entrar no sismo de 98. Pena que a marinha insista em não cuidar desse local, nem deixar que cuidem...

Grifo disse...

É proibido certo?

Por causa da falésia...

Acho que nele devia ser construído um memorial ás 3 vitimas do sismo, e bla bla...

Também poderia ter um miradouro, a estrutura reforçada para não ceder em caso algum, mas mantendo o aspecto e parte dos destroços em volta?

Será possível??

Anónimo disse...

As ruinas do farol e da igreja impressionaram-me bastante.
Eu deixaria aparentemente como esta. Reforcaria a estrutura para nao ruir, mas como esta e o melhor memorial do sismo. E com o fundo verde e azul ganha uma magia unica. Lembra-nos que a Natureza e de Deus para os homens e nao dos homens.
Abraco.

Miguel Valente disse...

Tal como referi num comentário relativo ao post da igreja da Ribeirinha, com a reconstrução em fase final, os sinais físicos do sismo de 1998(excluo naturalmente a memória de que passou pela experiência), estão a desaparecer. Creio que o Farol da Ribeirinha e a igreja, após uma intervenção de consolidação estrutural, iluminação cénica e criação de infraestruturas para lazer, podiam ser excelentes memoriais ao sismo, para que nos lembremos desse fenómeno omnipresente nas ilhas açorianas.

Carlos Faria disse...

à ilha dentro de mim
a zona envolvente recebeu uma operação de limpeza do entulho das ruínas e dos anexos desenquadrados do imóvel (a foto é de poucos dias antes e este ainda lá estão), semelhante à de Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche, não há é consolidação das ruínas que ficam interditas. Também não sei bem é quem não quer intervir na obra.

ao grifo
é proibido fazer novas moradias, por a zona oferecer risco com a proximidade da arriba costeira, não é proibido consolidar a ruína para melhorar as condições de segurança, nem transformar o imóvel num memorial, tal como se faz noutros locais. O maior problema é mesmo de vontade de quem tem poder para tal.

ao músico guerreiro
é essa situação de reforço e memorial que eu procuro demonstrar como sendo a solução adequada para o imóvel em causa. tu, apenas como visitante, tens a sensibilidade do impacte do farol e és alheio a todas as problemáticas locais. Por isso a tua opinião torna-se aqui um bom exemplo de isenção e validade.

ao miguel
apesar de amigos e cooperantes em projectos comuns, nem sempre estamos de acordo, mas neste caso subscrevo na íntegra o que dissestes.

Grifo disse...

Então devia ser algo prioritario, visto que mais um simo e o farol vai a baixo.

Carlos Faria disse...

devia, mas... parece que não é.