Acabo de ler o primeiro romance do escritor francês Boris Vian, escrito no final da primeira metade do século XX e sua obra de estreia neste género literário: "Vercoquin e Plâncton".
O livro pode ser dividido apenas em 3 partes, apesar de o estar em 4. Na primeira, Major organiza uma festa surpresa em sua casa e jardins onde conhece Zizanie e se apaixona. Ficamos a conhecer numa linguagem mordaz e surrealista o ambiente eufórico e libertino destas festas com muito álcool e liberdade sexual a romper com todos os costumes e restrições ocorridas durante a guerra em Paris. Na segunda parte, o Major através do seu "Mordomo" tenta pedir a mão de Zizanie ao seu tutor que trabalha numa empresa de criação de burocracia e ficamos a conhecer as peripécias absurdas para o alcançar o noivado, bem como o efeito bola-de-neve e voraz da burocracia e dos funcionários que tentam fugir às suas obrigações. Na última entramos novamente numa festa para o noivado do Major e onde se vão cruzar todas as loucuras e surrealismo de uma forma avassaladora .
Estamos perante uma paródia surrealista e cómica sobre a loucura, os excessos de diversão e os liberalismos dos costumes em que entrou a juventude que se seguiram aos tempos de contenção da segunda grande guerra, terminada poucos anos antes deste romance ser publicado, bem como, uma crítica sarcástica dos exageros e inutilidade de muitos serviços e procedimentos burocráticos impostos pelos sistemas administrativos e a forma como os funcionários e dirigentes contornam os controlos laborais.
Um escritor que se tornou de culto em meados do século XX pela sua originalidade, com diálogos estranhos e situações que retratam a sociedade de uma forma única.
3 comentários:
fiquei muito curiosa e adorei a capa do livro. bejios, pedrita
ah, eu achei que o nome não era estranho. eu vi um filme que gostei muito adaptado de uma de suas obras https://mataharie007.blogspot.com/2015/05/assisti-espuma-dos-dias-2013-de-michel.html
tb ele é mencionado em um livro q gostei muito, à margem esquerda https://mataharie007.blogspot.com/2013/08/a-margem-esquerda.html
Efetivamente, Boris Vian também foi músico, pintor, aquele género de grande homem de cultura que domina várias áreas, infelizmente morreu novo, mas foi muito importante na sua época e influente até à década de 1960
carlos, verdade, era uma época q estimulavam muitos talentos. falei de assassino cego no meu blog e mencionei o seu.
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