Excerto
"Se preferem, Deus tanto se compreende através do seu inverso, do seu Diabo, como dele próprio, na sua essência."
Acabei a primeira leitura de uma obra do francês Le Clézio, precisamente com o romance da sua estreia como escritor: "O Processo de Adão Pollo" alguém que décadas depois foi laureado com com o Nobel da literatura.
Adão Pollo, não se lembra se é desertor das forças armadas ou de um manicómio, sabe que se acolheu numa vivenda abandonada sobre o mar, onde recebe uma amiga que lhe traz mantimentos e tem esboços de situações passadas, talvez uma violação. Desta moradia observa pessoas, animais e acontecimentos que o rodeiam, começa a identificar-se com os seres que vê, entra em delírio com essa comunhão existencial que interfere com a paranóia do medo de ser expulso pelos donos da habitação, mas quando impulsivamente comunica a sua filosofia ao povo dá-se o seu colapso. É interceptado pelas autoridades e levado para uma casa de alienados, onde estudantes de psiquiatria o interrogam. Percebemos então que é um jovem licenciado, muito inteligente que fugiu de casa face ao seu anseio de liberdade e de viver que narra várias situações da sua vida e levanta numerosas questões existenciais deixando os alunos perdidos no seu inquérito de diagnóstico.
A obra excelentemente escrita articula uma narrativa original com escrita criativa experimental e incorpora questões de filosofia existencialista, tentando também revelar a psique de uma mente perturbada que roça a genialidade entre alienação e o racional ao nível das suas interrogações e vontade de viver.
Como obra de ficção gostei de ler, como texto de análise psicológica e filosófica é interessante e a originalidade da estrutura narrativa tornam-no cativante, o que justifica ter sido um sucesso editorial, mesmo sem ser um livro acessível ou interessante para qualquer leitor.
Adão Pollo, não se lembra se é desertor das forças armadas ou de um manicómio, sabe que se acolheu numa vivenda abandonada sobre o mar, onde recebe uma amiga que lhe traz mantimentos e tem esboços de situações passadas, talvez uma violação. Desta moradia observa pessoas, animais e acontecimentos que o rodeiam, começa a identificar-se com os seres que vê, entra em delírio com essa comunhão existencial que interfere com a paranóia do medo de ser expulso pelos donos da habitação, mas quando impulsivamente comunica a sua filosofia ao povo dá-se o seu colapso. É interceptado pelas autoridades e levado para uma casa de alienados, onde estudantes de psiquiatria o interrogam. Percebemos então que é um jovem licenciado, muito inteligente que fugiu de casa face ao seu anseio de liberdade e de viver que narra várias situações da sua vida e levanta numerosas questões existenciais deixando os alunos perdidos no seu inquérito de diagnóstico.
A obra excelentemente escrita articula uma narrativa original com escrita criativa experimental e incorpora questões de filosofia existencialista, tentando também revelar a psique de uma mente perturbada que roça a genialidade entre alienação e o racional ao nível das suas interrogações e vontade de viver.
Como obra de ficção gostei de ler, como texto de análise psicológica e filosófica é interessante e a originalidade da estrutura narrativa tornam-no cativante, o que justifica ter sido um sucesso editorial, mesmo sem ser um livro acessível ou interessante para qualquer leitor.
2 comentários:
eu só li dele refrão da fome. esse não li. beijos, pedrita
Esse também está traduzido por cá, faz parte de outra fase do escritor segundo li, menos filosófica e menos psiquiátrica.
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