Afonso Cruz caracteriza-se por uma escrita poética e metafórica original com intercalações subtis de referências a situações e factos reais presentes ou históricos, o romance "Flores", segue este estilo cheio de beleza e sentimento deste escritor Português e em ascensão no mundo literário atual.
O protagonista vê a sua vida familiar a desmoronar, em muitos aspetos por culpa própria, e apercebe-se da solidão do seu vizinho velho que perde a memória do seu passado, então numa forma de compensação pessoal tenta reconstituir a vida do idoso que se esqueceu do seu primeiro beijo, da sua paixão e até da sua maldade, assim lentamente vai-se reconstruindo uma vida vivida num presente cheio de incertezas e onde a filha serve de ponte entre a infância e a velhice e de referência do desnorte dos adultos.
Um livro cheio de ternura, onde se observa os desperdícios e erros da vida adulta, o momento onde se destroem oportunidades nascidas ainda em criança, que depois desaproveitadas parecem perdidas no ocaso da vida, mas onde o protagonista tenta ainda recuperar o importante que temperou uma vida e deste modo constrói-se uma obra cheia de sentimento, saudade e mensagens subliminares que serve de lição de vida. Gostei e recomendo a qualquer tipo de leitor
10 comentários:
não conhecia. gostei muito de crime e castigo. beijos, pedrita
A minha estreia com a obra de Afonso Cruz e que me deixou bastante surpreendida :)
Boas leituras!
Pois Denise, quando deixei o comentário em Ler-te ainda não tinha passado por aqui a ver os comentários pendentes.
De Afonso Cruz só li " A boneca de Kokoscha" e achei muito bem escrito. Tenho para ler "Para onde vão os guarda chuvas" e "Jesus Cristo bebia cerveja".
Acho-o tremendamente imaginativo e poético. E ao contrário de jovens escritores que não me agradam e que são apelidados a voz da nova geração, este promete bastante, bem como M. tavares, ainda que em patamares diferentes.
O livro que está a ler é magnífico. Mas infelizmente conheço pessoas que não o acabaram. Espero que goste.
Passo sempre por aqui mas pouco comento.
Desejo-lhe um 2016 repleto de coisas boas.
Comecei pela mesma boneca e concordo plenamente consigo no que se refere ao potencial e qualidades de Afonso Cruz como escritor, tal como subscrevo o que de outros que dizem ser voz da nova geração, mas que eu penso que são mais fruto do marketing pessoal ou de editoras, exceção para M. Tavares que embora diferente também penso ser um escritor digno de nota.
Sei que passam por aqui muitas mais pessoas do que as comentam, pois tenho acesso ao dados estatísticos, gosto que comentem, mas acima de tudo que visitem e leiam o que falo de livro ou outros assunto.
obrigado e retribuo o votos para o próximo ano.
carlos, falei de livro no meu blog.
Este não li, mas é um escritor que admiro bastante. Em um ou dois livros deixou-se levar por um certo tom barroco mas admiro especialmente um sentido de humor muito fino e cheio de conteúdo
Só conheço 3 obras dele, esta, os livros que devoraram meu pai e a boneca de kokoschka e penso que nestes esteve bem.
Estou lendo umas resenhas tuas mais antigas. "Afonso Cruz", já ouvi falar muito, mas não vejo muitos livros dele para a venda aqui no Brasil, talvez tenha que olhar melhor. Tenho interesse em ler.
Pois este blogue mesmo em livros já tem um arquivo grande de resenhas e com vários anos.
Já li vários Afonso Cruz, um escritor original que gosta de misturar situações históricas e reinterpretá-los com imaginação e criatividade. O romance dele que mais gostei foi "A boneca de Kokoschka". Com um estilo bem mais juvenil "Os livros que devoraram meu pai" se o interesse de falar de aspetos contidos em vários grandes clássicos da literatura de forma a cativar o leitor para a respetiva leitura.
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