"As velas ardem até ao fim" de Sandór Marai é daquelas obras pouco volumosas mas com uma densidade de conteúdo que os torna num grande livro e foi o primeiro que li deste escritor húngaro.
Uma infância, adolescência, juventude e início da vida adulta marcada por uma grande amizade que sobrevive e acompanha todas as etapas de crescimento do protagonista, militar de carreira, que de repente viu o amigo fugir deixando um conjunto de indícios de traição e semeando o veneno da dúvida.
Quarenta e um anos depois, na velhice de ambos, o amigo anuncia-se, combinam reencontrar-se num jantar a dois no palácio do general na sua propriedade de caça, mas devido a um apagão este dá-se à luz das velas. Então todos os fantasmas levantados, factos ocorridos e recordações do passado vêm à refeição e o eterno desejo do protagonista esclarecer o passado impõem-se no serão.
Na busca das respostas do ocorrido há tanto tempo, desenvolve-se uma densa dissertação sobre o que é a amizade, a sua importância na vida e os compromissos e responsabilidades entre amigos. Será tudo isto suficiente para se revelarem todos os segredos que os separaram?
Um livro que, mais que um romance, é um ensaio sobre a amizade, o amor, a traição a paixão e os gostos na diversidade da humanidade. Um excelente e denso texto de alta qualidade literária e profunda reflexão.
2 comentários:
fiquei curiosa. bela capa. beijos, pedrita
Sim é uma das capas mais belas que conheço dos livros à venda em Portugal, mas o conteúdo é muito bom também.
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