A erupção dos Capelinhos iniciou-se a 27 de Setembro de 1957 e no dia 24 de Outubro de 1958 foi observada a última emissão de materiais incandescentes faz hoje, precisamente, 50 ANOS.
Edifício vulcânico contruído pelo vulcão dos Capelinhos pouco após o termo da erupção (foto de Ferreira, O. Veiga, 1959, dos SGP e extraída do álbum do vulcão dos Capelinhos 2008 -DRAC)
À semelhança dos 13 meses de actividade eruptiva, entre Setembro de 1957 e Outubro de 1958, e do mesmo número de comemorações oficiais do 50.º Aniversário dos Capelinhos, entre Setembro de 2007 e Outubro de 2008, o blog Geocrusoe, ao longo destes últimos 13 meses, associou-se também à efeméride e procurou descrever e explicar, de uma forma acessível a todos, os marcos mais importantes desta erupção ocorridos sensivelmente 50 anos atrás. Hoje este ciclo comemorativo, iniciado com o post 50.º Aniversário do Vulcão dos Capelinhos - O Início encerra igualmente. Os vários post sobre este tema estão reunidos com a etiqueta Capelinhos.
Os primeiros sinais do início da erupção do vulcão dos Capelinhos com emissões submarinas e descoloração da água do mar (Origem da foto indicada na imagem)
Poderão surgir outros post relacionados com os Capelinhos, quer de índole científica, como de produção cultural de eventos que entretanto ocorram, mas doravante deixam de fazer parte do ciclo e apenas integrados no espírito deste blog "impressões de um geólogo isolado numa ilha vulcânica, bela e cosmopolita".
Observação aérea do edifício final da erupção dos Capelinhos, o topo da linha de costa sensivelmente assinalado com um traço amarelo e o farol dentro de uma elipse a vermelho (Origem da foto indicada na imagem)
Importa recordar que o vulcão dos Capelinhos durante o seu período eruptivo foi uma catástrofe natural, com impactes sociais e económicos muito graves que se estenderam por muito mais anos. Deste fenómeno resultou não só a destruição de habitações, solos agrícolas e culturas, como também desencadeou uma intensa emigração para os Estados Unidos, Canadá e mesmo no Limpopo em Moçambique, que depois se abriu a partir de outras ilhas, o que se permitiu a muitas famílias um desenvolvimento económico que não teriam conseguido na sua terra natal, também provocou uma redução populacional muito significativa responsável pela dimimuição do dinamismo social e económico desta ilha.
O edifício vulcânico dos Capelinhos hoje, visto da zona do Farol
Felizmente, assim como o açoriano tem recuperado de muitas outras catástrofes e a longo prazo foi mesmo capaz de tirar proveito dessas situações. O Vulcão dos Capelinhos hoje é um marco turístico e científico desta ilha, com todos os benefícios económicos que daí resultam. É ainda um agente agregador de memórias colectivas e individuais um fermento de dinâmicas culturais que unem todos os estratos sociais do Faial, de tal modo que o legado do Vulcão dos Capelinhos é um elemento de orgulho dos Faialenses 50 anos após a Erupção dos Capelinhos.
Edifício vulcânico dos Capelinhos visto do mar 50 anos após a erupção (foto propriedade da DR Ambiente)
14 comentários:
Atribuí a este blogue o prémio "Brilhante Weblog", como poderá constatar no último post do "Opera per Tutti".
Peço-lhe que indique agora 7 blogues que julgue merecedores do prémio.
logo 7... qualquer forma obrigado
O nosso lindo vulcão...
É certo que os que ficaram cá na ilha beneficiaram com a erupção... Novas oportunidades e empregos mais bem pagos...
Á séculos que se travam estas batalhas.
Na maioria das vezes ganham as trevas...
Onde há luz inevitavelmente têm de existir trevas...
Ou então quebrava-se todo o equilibro...
isto é uma resposta ao teu comentário...
O livro está interessante. É um bom legado às gerações vindouras.
O apresentador esteve muito bem.
ao grifo
desgraças a curto prazo por vezes tornam-se em benesses a longo prazo.
eu percebi
à nanda
obrigado...
Parabéns pelo blogue. Agradeco-lhe o comentário no www.laranjachoque.blogspot.com
Julgo que os blogues de índole regional revestem extraordinária importância. Bom trabalho!
Caro Geocrusoe
Ainda comemoram os primeiros 50 anos, ou já são os segundos?
Essa desgraça, foi mesmo o que de melhor aconteceu ao faial. Chego a pensar se mais uma ou duas dessas desgraças não seriam um favor p’rá aí.
Olhe, vosselência, que à semelhança do antigo farol, desta vez, o vulcão não teria trabalho em enterrar edifícios, c’mo centro interpretativo.
A não ser que lhe desse uma birra e o empurrasse cá p’ra fora, eh, eh...
Fico intrigado, vosselência, como ainda não colocaram uns tetrapodes á volta do vulcão, antes que este se vá embora.
Não sei se já reparou, que é a procura de recordações dessa areia, por parte dos turistas, que tá a fazer desaparecer a parte más importante do Faial.
É um fenómeno c’mo muro de Berlim, só que diferente, na medida em que após o seu desaparecimento, ainda continuam a atirar aos do outro lado da fronteira.
Deve ser para não perderem a pontaria.
Bem, despeço-me, desta vez, com um grande abraço cá pelo linho e com
saudações estrombolianas.
ao Patriota d'uns actos:
os turistas tirarem areia é o mínimo... o pior é a erosão...Isso sim é que está a causar o desaparecimento do vulcão.
Pena são as bombas vulcânicas. Essas sim é que desaparecem... e são vendidas a preços altos no estrangeiro.
E confesso ter uma em casa...
ao tiago mendonça
apenas desejar bom trabalho e aprendizagem.
ao patriota d'uns actos
já sabemos que temos ideias diferentes sobre este tema, aliás uma das formas porque pessoalmente já sobrevivi a alguns momentos muito complicados, teve a ver com a minha postura de tentar, mesmo nos maus, momentos verificar se não posso tirar daí aspectos positivos para a vida.
ao grifo
pois não deverias ter tirado ;-), mas a situação está cada vez mais sobre controlo e com o tempo esse comércio irá parar. De erosão em vulcões deste tipo tenho um post sobre o futuro das erupções submarinas feito à vários meses atrás, é mesmo assim a natureza.
Eu sei que não devia ter tirado... na altura pensava normal...
Belo trabalho, sem dúvida!
à lb
pelo menos as comemorações foram dignas...
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