Páginas

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

ENERGIA GEOTÉRMICA I - A origem

Em crise de preços de petróleo, as economias pesquisam novas fontes alternativas de energia. Nos Açores, as potencialidades da geotermia são então alvo de maiores investimentos económicos e científicos.
Por coincidência, tanto no petróleo, gás natural e carvão, como na alternativa da geotermia, o conhecimento geológico está na base da descoberta e exploração destes recursos que suportam a moderna economia.

Central Geotérmica da Ribeira Grande, ilha de São Miguel

Os recursos geotérmicos tem como princípio a exploração do calor existente no interior da Terra, tendo em conta que as rochas tendem a aquecer com o aumento da sua profundidade.
Este crescimento térmico é consequência das partes internas do planeta arrefecerem mais lentamente que as zonas à superfície, retendo parte do calor associado à formação da Terra, e também devido à presença de elementos químicos radioactivos que libertam energia que aquece as zonas mais profundas.

Estrutura associada a um poço geotérmico da mesma Central

A variação de temperatura com a profundidade chama-se Gradiente Geotérmico. Nos locais onde este é maior - anomalia geotérmica positiva -, as zonas mais quentes encontram-se a menor profundidade, pelo que, através de perfurações torna-se possível alcançar rochas a temperaturas muito elevadas.

Tubagem de ligação ao mesmo poço de abastecimento geotérmico

Nos Açores, devido à existência do limites de placas tectónicas, com ascensão de material profundo e gerador de vulcanismo, ocorre a subida de magmas quentes para zonas mais superficiais, o que origina anomalias geotérmicas positivas em várias áreas, estas, quando reunidas com outras particularidades geológicas originam os jazigos geotérmicos que podem ser explorados para a obtenção de energia.
O modo como se formam este jazigos fica para o próximo post desta série dedicada à Geotermia.

8 comentários:

Pedrita disse...

no brasil falamos muito em bicombustível e no álcool. só que como há bastante incentivo para o cultivo de cana-de-açúcar há uma preocupacação que as lavouras diminuam sensivelmente a produção de alimentos onde teremos problemas econômicos sérios. beijos, pedrita

ematejoca disse...

O Fausto de Goethe e o Dr. Fausto de Thomas Mann tem exactamente o mesmo tema: Fausto vende a alma ao diabo para conseguir o que ambiciona. Ambas obras absolutas.
Na ópera de Charles Gounod a parte filosófica do Fausto desaparece e a história fica reduzida ao amor do Fausto e da Margarida.
Descubra Goethe! Descobrir Goethe é descobrir o Mundo!
Como nao sei se volta ao meu blogue, por isso deixo aqui a
minha resposta.

Tenho poucos ou nenhuns conhecimentos de Geologia.
No entanto, como me interesso também por outros temas além da literatura, achei muito interessante ler este seu artigo.

Saudacoes de Düsseldorf!

Carlos Faria disse...

à pedrita
sim conheço a problemática associada à produção de biocombustível e efectivamente tenho receio que o homem reduza a produção agrícola de alimentos para produzir vegetais destinados a alimentar automóveis, fazendo aumentar os custos de cereais que impeçam de alimentar muitas comunidades mais pobres, sobretudo em paises em vias de desenvolvimento.

ematejoca
claro que lá voltaria, procuro sempre saber se me responderam aos meus comentários, e já lhe dei mais uma achega sobre a Danação de Fausto de Berlioz.

ematejoca disse...

A Danacao de Fausto de Berlioz já é outra ópera. Embora no Fausto de Goethe a entrega da alma nao é por causa da Margarida. Bem, Fausto quer voltar a ser novo, mas na cozinha das bruxas ele ve a Helena, da Mitologia Grega, e nao a ingénua da Margarida. A história de amor acontece com a Margarida como podia ter acontecido com uma outra. Irrelevante!
Vou tentar arranjar o Dvd com os Furia dels Baus.
Referi-me à ópera de Gounod porque a vi na época passada aqui em Düsseldorf. Bem, foi uma encenacao moderna, em que a Margarida nao era tao ingénua como costuma ser representada. No entanto, gosto muito mais da de Berlioz.

Gosto muito de ter os seus comentários.

Saudacoes de Düsseldorf!

Grifo disse...

Pois na minha opinião essas amostras aqui nos Açores é para termos os 4% de energias renováveis exigido pela UE...

Fiquem sabendo que os Açores é dos poucos sítios do mundo com condições para ser totalmente energicamente independente... não é porque não convém...

Carlos Faria disse...

a ematejoca
como ajuda é um dvd gravado em 1999, no Salzburger Festspiele, editado pela arthaus, com a Berliner Staatskapelle e interpretações de Vesselina Kasarova, Paul Groves e Willard White entre outros, sem dúvida uma obra prima ao nível coreográfico e cénico que Berlioz teria adorado, após tanto sofrimento para levar esta obra à cena e ter sido tão mal compreendido.

ao grifo
Julgo que querias dizer 40% e não 4%, não sei o valor exacto indicado pela UE, mas sei que é de uma ordem de grandeza elevada.
Quanto aos açores poderem ser totalmente independentes energeticamente não é bem assim. Claro que poderia ser muito mais independente do que é, mas algumas fontes de energia não podem assegurar a rede de abastecimento eléctrico na totalidade, como no caso da central eólica que deves ver de tua casa, pois existem períodos em que não há vento. Nem todas as ilhas têm jazigos geotérmicos que explicarei o que são e como se formam num post brevemente. Os açores têm grande nebulosidade, pelo que a energia solar é viável, mas não tanto como na bacia do mediterrâneo. A energia das ondas ainda é experimental à escala global e lembra-te que a grande maioria dos carros andam com combustíveis derivados do petróleo. Mas os açores tem grandes potencialidades para explorar algumas fontes e outras novas poderão ter aqui um papel importante como o hidrogénio.

Grifo disse...

Vou dizer os varios tipos de energias que podem ser explorados nos açoes...

- Eolica
- Solar, não todo o ano...
- Combustivel feito atravez de restos agriculas
- Geotermica
- Ondas, com um grande potencial futuro.
- hidrica
- hidrogenio, não será para já, muitas complicações...

Complicações comuns a todos: Empresas petrolíferas...

Não vamos falar de um tipo de energia a abastecer a rede... mas sim de todas... se falhar uma outra pode sempre estar a funcionar... Os agricultores iriam ter outra fonte de rendimento, vender os restos agrícolas e o que sai do cu da vaca...

Carlos Faria disse...

ao grifo
mesmo assim, não estão reunidas as condições para nos tornarmos, a curto-prazo, totalmente independentes energeticamente... mas poderemos de facto reduzir, drasticamente, essa dependência.