Como é do conhecimento geral, as arquitecturas regionais, ao longo dos tempos, tendem a utilizar as rochas disponíveis na área, pelo que é normal que nos Açores os edifícios sejam construídos por vários tipos de lava e..., mais raramente, por tufo vulcânico. (clique nas fotos para as ampliar)
Imóvel no interior do Castelo de São Sebastião, base e cantarias em basalto negro, alvenarias em tufo castanho
O tufo vulcânico, como resultado da cimentação de grãos que estiveram soltos, é uma rocha relativamente fácil de cortar e de esculpir, só que, como se forma apenas em erupções submarinas pouco profundas e sujeitas a erosão inicial, é relativamente raro. Assim, o seu uso no Faial quase se limita a edifícios militares: fortes ou castelos.
Castelo de Santa Cruz com a sua base feita em lava e construído sobre os basaltos das escoadas junto à antiga grande praia da baía da Horta,
Os fortes e castelos nas ilhas são, por norma, construídos junto à costa, os inimigos de que a população necessitava de se defender então surgiam do mar. Paralelamente, o tufo vulcânico é encontrado também na zona litoral.
Mesmo assim, os edifícios de tufo, por norma, possuem a base e a cantaria em lava. Talvez por ser mais resistente à erosão e difícil de fracturar, logo preferida para as zonas mais expostas a esforços e ao peso dos blocos colocados por cima.
Complexo de edifícios nas baía de Porto Pim na base do Monte da Guia, o corte vertical no terreno é uma antiga pedreira de tufo vulcânico
No Faial, os edifícios antigos construídos no Monte da Guia: casa de praia do Cônsul Dabney, fábrica velha da baleia, rampa varadoura da nova fábrica e o abrigo de barcos; embora não militares, são feitos de tufo, por ser a rocha mais disponível no local e encontrar-se uma pedreira mesmo atrás destes imóveis.
7 comentários:
artigo bem construido...que estupidez a minha não conhecer as ilhas e estas realidades. Obrigado!
Gosto do aproveitamento do Basalto, que originou monumentos muito bonitos, mas gosto ainda mais destes com tufo, deve ser pela sua raridade...
Belo post.
não sabia que o material da lava era fácil de moldar e bom para construir residências. beijos, pedrita
ao luis galego
Obrigado pelo elogio... e uma recomendação: deve mesmo conhecer estas ilhas.
ao lc
com determinada luz fica com uma cor dourada muito bonita e o contraste com o basalto é mesmo lindo.
à pedrita
não é tanto moldar, é mais esculpir (já substituí o termo no texto), mas para ter uma ideia, a consistência da lava, depois de solidificada, é semelhante à do granito... ja o tufo é muito mais friável e embora mais coeso, parece-se com os cubos de açúcar castanho utilizados para o café.
Sei que estão em pesquisas geotérmicas aí no Faial.
Para quando um post sobre energias renováveis?
Quem distribui os combustiveis nos Açores, fica a ganhar ou a perder? Porque igual não fica.
ao paulo pereira
sei se existem objectivos de apreciar a viabilidade de um projecto geotérmico para o triângulo, não sei se já iniciaram alguns trabalhos mais recentes de prospecção em qualquer uma das 3 ilhas,as primeiras campanhas são ensaios de resistividade, anomalias gravimétircas e termicas e só depois é definida a área de estudo. Não tenho feito post relativos à geotermia e ao ambiente, mais por cautela profissional ao estar envolvido nas áreas, mas talvez lá para o verão surja um nessa área. Quanto a quem fica a ganhar, posso apenas dizer: os açorianos!
Geocrusoe, estou a falar da empresa que monopoliza a destribuiçao do fuel-oil para os Açores, que tem capital na EDA e que influência políticas regionais.
Um pouco de investigação talvez não fosse má ideia.
Essa de que quem ganha são os açorianos, ainda não percebi. Por acaso, temos uma boa percentagem de energias renováveis, dentro de um a dois anos chegaremos a 50%. E Temos a energia mais cara de Portugal e da Europa.
Afinal, quem ganha?
Cumprimentos
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