Este ano o tema para reflexão na blogosfera durante o Blog Action Day é o Ambiente, por isso optei por levantar questões para cada um apreciar, comentar, reflectir, conversar com conhecidos e, se possível, agir em prol do meio em que vivemos.
Reconheço que vivo numa terra com uma beleza de sonho, onde há ar relativamente puro, segurança, calma e que parece perfeita, mas onde muitas questões há para reflectir.
Vamos continuar a restringir a nossa flora natural aos leitos apertados das ribeiras e aos locais inacessíveis?Queremos que as áreas florestais abertas sejam ocupadas apenas pela Criptomeria japonica, com crescimento rápido e baixa qualidade de madeira abandonando outras espécies de maior valor a longo prazo e menos prejudiciais aos ecossistemas naturais?
Vamos continuar a deixar que as zonas abandonadas pela agricultura e horticultura continuem a ser invadidas por plantas exóticas, sobretudo trepadeiras que sufocam todas as outras plantas?Continuaremos a fechar os olhos às empresas que fazem explorações de bagacina, areias, basalto de forma ilegal ou deixando feridas permanentes na paisagem, sem qualquer preocupação de recuperar e de forma impune?
Vamos deixar a nossa agricultura evoluir sem controlo do modo, tipo ou quantidade de pesticidas e fertilizantes lançados ao solo e sem utilizar as melhores tecnologias ambientais disponíveis?Vamos permitir que cada vez haja mais nascentes a correrem cristalinas mas imprórias para consumo humano devido à contaminação química e microbiológica?
Vamos incentivar a recuperação do nosso património construídos? ouSe tanta gente parece estar de acordo que muito tem de mudar, porque continua a degradação progressiva do ambiente nos Açores?
As questões não terminam aqui, seria um rol extensíssimo ao nível do ordenamento do território, da qualidade arquitectónica, do saneamento básico, do ruído, da gestão dos resíduos e das atitudes de falta de civismo na deposição clandestina de lixos e da injecção em linhas de água ou no solo de efluentes domésticos sem tratamento. Mas talvez isse dê matéria para outro dia comemorativo.
28 comentários:
Muito bem. Há que defender activamente o nosso património, mais que não seja denunciando as atrocidades que são cometidas.
Porque só sensibilizadas as pessoas dão valor ao que é de todos nós. Porque só pressionadas as entidades regionais actuam.
Penso que há que diminuir a área de pastagem, alguma dela só existe porque o arroteamento foi fortemente subsidiada e aumentar a Laurissilva.
Há que delimitar zonas de extracção de inertes e depois, os utilizadores devem fazer o arranjo destas "cicatrizes".
Como é possível a circulação de motas ruidozas junto a habitações, lares, hospitais, etc, que acordam todos durante a madrugada?
Por que há necessidade de abandonar o lixo nos ermos? A recolha destes é adequada?
Paulo Pereira
Obrigado pela sua participação, o objectivo era levar as pessoas a se questionarem sobre os vários problemas propostos, não quis emitir a minha opinião previamente, mas sim pôr o tema à discussão. Uns diriam coisas que concordaria, outros não, mas deduzo que a causa de muita inoperância está no facto de que no momento de agir e dar opinião, muitos fogem e a baixa participação aqui aponta mesmo para isso.
Acho, que é tempo de agir...
O que fazer em primeiro lugar?
LC
Boa pergunta. Mas se cada um escolher algo que lhe seja fácil fazer e a isso juntar uma conversa, um conselho, uma ideia (como aconteceu com o blog actionn day) cria-se uma onda favorável para mudar algo. Embora por vezes seja mais difícil, a denúncia de ocorrência de desrespeito ao ambiente, de quem tem obrigação de dar o exemplo, tem efeitos semelhantes mas é mais arriscado. Para a flora proponho que se reflicta na possibilidade de haver bancos de espécimes da flora natural com efeitos decorativos ou outras para fornecer a quem precise e tenha uma solução de recurso de exóticas. É um exemplo entre muitos e era logo a primeira foto.
Caro Geocrusoue,
" no momento de agir e dar opinião, muitos fogem e a baixa participação aqui aponta mesmo para isso".
Tás tão interessado em discutir estes temas que mudas o post ao fim de... um dia?
E substituis o dito pelo Grieg?
Bem, eu gosto muito de Peer Gynt, sobretudo a versão remix do disc Jokey Grande Cavalo, mas o ambiente primeiro.
Olha, e acho que foste injusto com as criptomérias, elas ao menos não precisam de poluentes (fertilizantes e pesticidas) e proporcionam água pura, sombra e oxigénio.
Quanto às endémicas, é triste ver o "chorão" a ocupar as zonas litorais em detrimento de, por exemplo, o perrexil.
A Universidade dos Açores não poderia disponibilizar endémicas, por exº nas Juntas de Freguesia para a população em geral?
Claro que também prefiro a vidália e os juncos às hortênsias e conteiras, mas isso é pouco in..., sobretudo na ilha azul.
Ao patriota d'uns actos
Primeiro, embora me preocupem muito os problemas ambientais, não é um assunto que eu discuta com frequência publicamente, por razões éticas que quem me conhece sabe (apesar do nickname este não é um blog anónimo). O post teve 2 dias o do blog action day e o outro e o mesmo não se referia a uma "action week".
Eu tenho a gestão deste blog ao meu ritmo e um dos temas principais aqui é a cultura em especial a música erudita, logo a seguir à geologia, por isso é normal que divulgue o concerto até devido por motivos de solidariedade, estamos também numa semana com acções contra a fome e a pobreza.
Respondendo à sua pergunta, penso que UA talvez pudesse disponibilizar endémicas, mas julgo que não tem essa vocação, é mais investigar e vender produtos de investigação. Penso que as ONGambientais e alguns serviços públicos poderiam mais facilmente iniciar isso e, depois de se criarem condições e mercado, fomentar alguns privados na área da floricultura. Mas é uma opinião pessoal.
Olá!
As questões que levanta são de facto muito pertinentes. Há urgencia em sensibilizar os jovens para a problemática da degradação do nosso património edificado e ambiental e para os reponsáveis políticos, nomeadamente juntas de freguesias e município para que não se continue a cometer mais crimes.
Quanto à qualidade do nosso ar, ele não é tão puro quanto aparenta. Há muita poluição trazida pelas correntes do oeste, é ver a quantidade de doenças do foro oncológico que começam a minar a nossa população.
Bem, vou terminar com um abraço ecológico...rsrsrs
Penso que a foto é da casa das "Florinhas" como era designada antigamente e onde nasceu Manuel de Arriaga. É de lamentar o seu estado de degradação.
à Nanda
Confirmo que é a casa que referiu. No resto concordo consigo
Porque será que se fala sempre em "sensibilizar", "educar" os cidadãos comuns? Acho que a primeira informação que as pessoas deviam ter e não têm é que existem leis, muitas leis, que obrigariam à protecção do nosso ambiente e do nosso património, desde que fossem cumpridas.
Nestes comentários, o mais longe que se vai quando se fala de entidades públicas é até ao município. Sabem que as juntas de freguesia têm pouco ou nenhum poder no que diz respeito ao cumprimento da legislação toda que existe de protecção ambiental?
Acho que o cidadão está mais que sensibilizado para a protecção do património (natural ou cultural), não está é informado sobre os interesses de quem consegue fazer o que quer atropelando tudo e todos, sobre os interesses de quem fecha os olhos, sobre a inércia de quem não quer saber de fazer cumprir a lei.
Eu construí uma casa e posso dar dois exemplos. Uma das coisas que achei essencial foi ter caixotes de lixo separados porque estava habituada a separar o lixo. A dita casa está perto de uma das "cidades" da ilha. Sabem como é feita e recolha do lixo? 3 vezes por semana temos que deixar os sacos na rua à espera que os recolham porque nem contentores há. Recolha separativa, então, é uma miragem. Outra situação: instalei um recuperador de calor e estava convencida que o Estado incentivava estas formas de energia, porque isso está legislado. Sabem porque não foi comparticipado? Porque eu devia ter pedido o "subsídio" antes de comprar e não depois.
O cidadão está a fazer o que lhe "compete" e deixam fazer, está farto de denunciar tudo o que está errado, o Estado é que não está a fazer o seu papel de fiscalizador, de polícia e de zelador do bem comum.
Já que isto é um blog de um geólogo, alguém me sabe explicar porque é que a extracção de inertes é feita em qualquer sítio, sem licenças, sem recuperações, sem fiscalização e sem punições?
à Ana Rita
Sei a resposta e vou transcrever aquilo que já dissestes a razão principal é porque "o Estado não está a fazer o seu papel de fiscalizador, de polícia e de zelador do bem comum."
Porque no meio em que vivemos o cidadão consciente e com consciência é prejudicado pelo cidadão que transgride e não existe uma pressão suficiente da sociedade que faça o estado preferir o honesto perante o prevaricador... mas há uma excepção, é ao nível da política fiscal... aí o estado não perdoa à maioria dos transgressores.
E há mais uma coisa: o exemplo que o "papá Estado" dá. Estou agora a trabalhar num serviço público onde as impressoras estão configuradas para imprimirem, por defeito, nos dois lados da folha. Em cada sala há dois caixotes, um para lixo geral e outro para papel. Aí conheci um presidente de um instituto público onde se estava usando papel reciclado que disse "eu gosto muito das árvores mas elas servem é para fazer papel, hoje em dia já não há razões para estarmos a defendê-las, não gosto nada de papel reciclado, vamos mas é usar do outro".
À Ana Rita
Não confundamos as águas, cá como aí,somos da mesma massa e da mesma mentalidade geral. Pode acontecer que um dirigente cá,como aí, tenha boas iniciativas ambientais ou o inverso. A maiores diferenças são:1- a escala, cá o político e sua equipa estão muito próximos dos funcionários e torna-se mais evidente aos olhos deste a sujeição de decisões correctas a interesses políticos, ver a podridão no topo é muito desencorajador; 2- Nas cidades de cá e na administração há mais gente de vida urbana mas de mentalidade rural e onde a memória da reciclagem e reutilização no passado recordam pobreza e não defesa do ambiente e quer apagar essas memórias. Mas não te iludadas com um bom exemplo daí, há muitos e graves maus exemplos também.
muito bem dr, bem dito ainda pra mais com om bom exemplo da nossa terra...
Claro que há bons e maus exemplos nos dois lados geográficos. Não pretendia fazer a distinção entre lugares mas falar da experiência que tenho e dos exemplos (bons ou maus) que vêm de cima.
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