Neste local da cidade da Horta são visíveis três vulcões basálticos: o Pico, mais à esquerda e situado na ilha em frente; o Monte Queimado, ao centro, forma o extremo sudeste do Faial (mapa); e o Monte da Guia, à direita, ligado à ilha por um istmo de areia. Todos eles representam um tipo de actividade vulcânica diferente e mostram a diversidade do vulcanismo açoriano. (clique nas fotos para ampliar)
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O Pico é um vulcão basáltico activo com câmara magmática, ou seja, tem um depósito em profundidade que o alimenta e permite intercalar períodos de dormência (onde o depósito se enche e/ou evolui quimicamente) com períodos eruptivos mais ou menos intensos (onde a pressão da câmara magmática diminui), por isso se chama poligenético. Este tipo de vulcões tende a originar grandes aparelhos vulcânicos que, devido à sobreposição de tantas escoadas e erupções, são conhecidos por estratovulcões. Com tempo alteram-se as condições fisico-químicas e o enquadramento geotectónico e o vulcão tende a ter alterações ao longo da sua história. A evolução do Pico vista Faial encontra-se nos dois olhares do Pico.
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Os vulcões monogenéticos, por norma, originam cones vulcânicos pequenos, de dezenas ou poucas centenas de metros, mas a descrição das principais diferenças estes o Monte Queimado e o Monte da Guia virão ao longo da semana para não saturar.
4 comentários:
Quando era criança contava-se que os piroclastos e escórias eram pedra queimada, tal como a do Monte Queimado. E eu comparava este processo à feitura do carvão vegetal. Surgiria um fogo divino do interior da Terra para castigar os homens e os purificar dos seus pecados que queimaria a rocha sã. Esta concepção alternativa, assim como a do fogo (vulcão) que originou os mistérios “subiu do mar para a terra e foi até à montanha” ainda é persistente nos mais antigos. Recordo-a com a inocente saudade própria da infância, onde as coisas eram simples e boas.
Julgo que a ideia do fogo divino para castigar os homens não era nem simples nem boa... mas não deixava de ser uma explicação, mas a própria ciência já passou por isso, lembre-se que os neptunistas e os catastrofistas não eram menos interessados na busca da compreensão do mundo do que nós hoje. Mas o Monte Queimado será o último da lista dos três vulcões, mas lá por isso não é menos digno.
Obrigado pela lição.
E parabéns pela excelência das fotografias.
O fogo divino que expia os pecados parece-me uma ideia menos elaborada que o conceito de vulcanismo.
Quanto a ser boa, bem na minha infância do Pico tudo foi bom.
Se calhar, algum desse fogo provinha de alguma sapiência erudita do outro lado do canal.
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