Observando a pacatez da Praia da Vitória, qualquer geólogo atento sente que se está perante uma calma ameaçada por forças titânicas. Estas podem acordar um dia e transformar os belos imóveis em castelos de cartas que desabam sobre si mesmo semeam dor.
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... No direito desta igreja (Lages) contra o mar está hua serra que se chama Ioão de Teve que ocorre deste direito de a Vila da Praja, e será de comprido mais de meja legua em direito da igreja. Pello pee desta serra se abrio hua rotura na terra que fez grande espanto; esta dita rotura comessou desde hua ponta e foi correndo continuando como hum quarto de legua, e dahi atravessou ao mar e a parte da dita serra que fica à banda da terra dizem que ficou mais baixa do que a do mar (Maldonado, 1711 in Madeira 1998, tese de doutoramento).
A Praia da Vitória voltou a ser atingida por um terramoto com epicentro na zona em 15 de Junho de 1841.
No passado fiz uma série de oito textos sob o lema do "Faial cortado à faca", devido às cicatrizes das falhas geológicas ali descritas terem uma perfeição morfológica tal que parecia que as lombas (serras) da ilha tinham sido cortadas por acção humana. Quem olha para o norte da Praia da Vitória depara-se com o mesmo cenário de minha casa, em resultado da Falha das Lajes.
No passado fiz uma série de oito textos sob o lema do "Faial cortado à faca", devido às cicatrizes das falhas geológicas ali descritas terem uma perfeição morfológica tal que parecia que as lombas (serras) da ilha tinham sido cortadas por acção humana. Quem olha para o norte da Praia da Vitória depara-se com o mesmo cenário de minha casa, em resultado da Falha das Lajes.
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Aqui está um post que não me deixou dormir tranquilo a noite passada.
ResponderEliminarEstou no gozo. :)
É bom estarmos conscientes dos riscos naturais dos locais onde habitamos.
@mb
ResponderEliminarpois então preparara-te para mais 2 noites sem dormir... só não sei se seguidas se alternadas, qualquer forma mais curtinhos.
Já estava com saudades de falar de geologia e riscos, pois pelo Faial quase esgotei o tema
@geocrusoe
ResponderEliminarMais duas?! Bom, que venham aqueles que deduzo serem os dois posts. Mas alternados por favor, porque duas noites seguidas em claro é dose. :)
Combinado, já agendei um post relaxante...
ResponderEliminarEstá muito este post!
ResponderEliminarJá agora, o link para o Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores mudou: http://www.ovga-azores.eu/
@Fernando Martins
ResponderEliminarObrigado, já actualizei o link do OVGA
O meu professor de hidrogeologia na UA-Angra chama esta falha, falha de Santiago. Refere outra que se forma junto a esta junto ao Paúl da Praia, chamada falha da Estrada 25 de Abril.
ResponderEliminarao anónimo
ResponderEliminarTal como no Faial, professores e escolas diferentes usam toponímias diferentes. Ex: Falha do Flamengos = Falha da Cruz do Bravo, mas há mais.
A Falha de Santiago = a Falha das Lajes. Eu usei a terminologia do Professor José Madeira da Universidade de Lisboa que cito no post, de quem sou amigo, fui aluno e acompanhei os trabalhos de campo.
Existe efectivamente a outra falha, mas a expressão morfológica é diminuta e como não tinha foto mostrei apenas as mais evidentes, tal como fizera para o Faial.
Já agora, não é obrigatório, mas é mais agradável responder a pessoas com nome.