A Horta Camerata, numa igreja a abarrotar, um templo que é uma maravilha na acústica, começou o seu concerto de Páscoa em "Sábado de Aleluia" com um Larghetto do Concerto Grosso n.º 6 de Haendel como a preparar terreno para o que vinha a seguir.
e prosseguiu com o Concerto para Oboe de Cimarosa, com o ainda jovem solista Frederico Fernandes acompanhado pela Horta Camerata que o Maestro em exercício, Kurt Spanier, conduziu com a leveza e a clareza do estilo clássico da primeira escola de Viena. Uma obra que eu desconhecia, mas onde o oboé (o meu instrumento de madeiras predilecto) se destaca, quase em contínuo, desde o início até ao fim. Frederico Fernandes terminou com grande brilho e mostrando um domínio maduro do oboé.
A primeira parte do concerto terminou com o "Exultate, jubilate" de Mozart, onde não só o vienense Kurt Spanier se sente em casa no estilo, como Mariana Leka, da ópera de Tirana e
já nossa conhecida do concerto da Páscoa de 2009, domina perfeitamente todas as subtilezas da obra para nos deslumbrar com a sua técnica e voz, realçando os pontos fortes desta oração musical.
A segunda parte foi integralmente preenchida com a Sinfonia n. 29 de Mozart, onde a orquestra, ajudada pela acústica do templo e o gosto vienense de Kurt Spanier, foram mais que suficientes para que, numa linda obra, tanto o conjunto de músicos, como a sinfonia, brilhassem.
Após os aplausos intensos do público, este foi agraciado com um encore de uma aria de "La Forza del Destino", com um arranjo propositado para a Horta Camerata, a voz de Mariana Leka e o acompanhamento da violeta de Danusha Waskiewicz.
No fim, grande satisfação entre os presentes, fica-se a aguardar mais concertos de música erudita e um agradecimento muito especial ao Tenor Kurt Spanier, pela sua capacidade de trazer à Horta concertos com a qualidade das cidades europeias e pelo muito que tem dado a esta ilha nas artes de Orfeu.